Guta Stresser voltará aos palcos ainda este mês em Curitiba
Redação Publicado em 02/09/2023, às 10h44 - Atualizado às 10h47
A atriz Guta Stresser, de 51 anos, sempre lembrada pela personagem Bebel do seriado A Grande Família, decidiu voltar para Curitiba, sua terra natal, após perder a casa em que morava em Itanhangá, no Rio de Janeiro, por conta de uma crise financeira.
Após a saída da TV Globo, a artista não conseguiu honrar com o pagamento do financiamento. Sem conseguir um hotel na cidade, ela está hospedada em um quarto oferecido pelo Sindicato dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola do Paraná (APP).
Em entrevista à Marie Claire, ela falou sobre o recomeço e as dificuldades e preconceitos que enfrenta após o diagnóstico de esclerose múltipla: “Voltar para Curitiba não é como se estivesse retrocedendo, não para mim. Pelo contrário, sinto que estou me rejuvenescendo e me encontrando de novo”, explicou.
Guta voltará aos palcos ainda este mês com a peça Os Analfabetos, de Adriano Petermann. Ela ensaia o espetáculo no mesmo teatro em que começou a fazer ballet quando tinha 11 anos.
“Comecei a fazer ballet no Teatro Guaíra quando tinha 11 anos de idade. Hoje, enquanto ensaiava a nossa peça lá, fui lembrando de toda a minha trajetória. Funcionários que me viram desde criança andando por lá continuam no local. É muito bonito. Estou vivendo um momento rico e fico feliz de ser na minha cidade, onde cresci fazendo teatro”, comemorou.
Grata pela oportunidade, a artista contou que está ficando cada vez mais difícil sobreviver no universo artístico:
“A gente levanta, vai ensaiar, sorri, tira foto, posa ao lado das pessoas, dá entrevistas, mas ninguém olha para como a vida de artista é difícil. É aquele ditado clichê, quem vê close, não vê corre. Eu mesma me maquiei: não tem maquiador, não tem equipe. Também não consegui um hotel para me hospedar durante o tempo que estou aqui. Fui muito bem acolhida pelo APP, mas é importante refletir sobre como nós artistas viramos uma persona non grata”, opinou.
Diante de todos os desafios profissionais e de saúde, Guta explicou que voltar para Curitiba foi algo bastante positivo:
“Estar aqui me estabiliza em meio a tantas coisas que tenho enfrentado. Perdi a minha casa, pois fiquei sem trabalho. Não podia arcar com a minha responsabilidade de ter assinado um contrato para comprar um imóvel. De repente, me vi em uma situação inadimplente e com uma qualidade de vida ruim. Nunca desejei isso”, desabafou.
“Voltar para Curitiba não é como se estivesse retrocedendo, não pra mim. Pelo contrário, sinto que estou me rejuvenescendo e me encontrando de novo. É um retorno a um lugar que foi maravilhoso pra mim, em existência mesmo. Claro que sinto falta do Rio de Janeiro, morei 28 anos lá, a cidade sempre vai estar no meu coração. Mas amo o momento que estou vivendo agora”, explicou.
Ao falar sobre o diagnóstico de esclerose múltipla, Guta Stresser revelou que é difícil lidar com o preconceito.
“Para mim, que sou atriz, não foi fácil receber o diagnóstico. Trabalho com meu corpo, é a minha ferramenta. Fiquei apavorada, porque a gente já pensa em uma doença que pode vir a ser incapacitante, mas não necessariamente é assim. Hoje, tanto tempo depois, vejo que estou ótima”, disse ela, que recebeu o diagnóstico há quatro anos.
“Qualquer pessoa quer passar uma imagem saudável, que está bem, que é funcional. Só que é muito cruel quando você tem uma doença com sintomas silenciosos. Vejo que, na verdade, tem coisas que sempre foram difíceis para mim, mas mascarava”, conta a artista, que está se tratando pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O SUS é uma grande referência para o mundo inteiro e é como consigo fazer um tratamento de ponta atualmente”, finalizou.
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