Ana Paula Almeida revelou lista de regras comportamentais das paquitas
Redação Publicado em 07/07/2022, às 05h58
Ana Paula Almeida, a eterna Pituxita Bonequinha, contou que a vida de paquita 一 ela ficou cinco anos no cargo 一 era exaustiva e cheias de regras e castigos, incluindo até a “proibição de beijar na boca”.
Em trechos do livro Pituxita Bonequinha — Minha Vida de Paquita, que ela acaba de lançar, a influenciadora dá mais detalhes dos bastidores do Xou da Xuxa, comandado por Marlene Mattos, sucesso absoluto nos anos 1990.
Apelidada de general, Marlene exigia das paquitas “disciplina em tudo, durante 24 horas, dentro e fora do programa”, conta Ana Paula.
“Não frequentar boates, bares e festas fechadas ou não; não sair à noite; não ter namorado ou paqueras; não beijar na boca (nunca); nunca sair desacompanhada dos pais; andar sempre com a barriga encolhida; frequentar aulas de etiqueta”, revela a ex-paquita, no livro.
Fiscalizada de perto por Marlene, Ana Paula contou que a vida de paquita era glamorosa, mas que as meninas eram tratadas como soldados:
“A vida de Paquita era glamourosa, mas a nossa rotina era como a de um soldado. Vestíamos roupas de soldadinhos e tínhamos uma rotina que incluía aulas de dança e canto, e obrigatoriamente, tínhamos que ter boas notas na escola, além de cuidar muito bem da nossa aparência”, continuou.
Em outro trecho do livro, Ana Paula conta que Xuxa aliviava o cotidiano e as broncas de Marlene. Foi para ela, por exemplo, que a ex-paquita contou primeiro sobre o namoro com Rafael Ilha, que na época estava estourado com o Polegar.
"Foi com a Xuxa que eu abri meu coração. Nós estávamos apaixonados e nosso namoro, se é que assim se pode dizer, não era nada convencional. Namorávamos por cartas. Rafael foi meu namorado de um beijo só, que aconteceu através da nossa cupida Paquitita’, Tatiana Maranhão, nos escurinhos do cinema. Minha mãe nunca sonhou com isso, senão me matava! Foi nosso único beijo e não me lembrava nem de ter rolado língua”, lembrou.
No livro, Ana Paula resolveu deixar de fora algumas polêmicas da vida pessoal, como as brigas com outras paquitas e o namoro com Romário.
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Um dos paquitos do Xou da Xuxa nos anos 80, o músico Xand Canhoni 一 que hoje é evangélico e missionário no Níger, na África Ocidental, e tem 19 filhos 一 contou que o ego inflado atrapalhou sua carreira no passado.
“Eu queria aparecer mais que a Xuxa. Eu achava que a Marlene Mattos devia investir mais tempo em mim, porque eu dançava e cantava mais do que ela (Xuxa). Eu cantava ao vivo, porque ela não cantava nada. Aí, me faziam usar playback no palco e isso para quem é músico é o fim. O Michael Sullivan queria me transformar no maior showman do país e eu segui carreira solo”, contou ele, à revista Quem.
A carreira de Xand, segundo ele, começou antes do programa infantil comandado por Xuxa Meneghel: “Meus pais me inseriram na publicidade muito cedo. Entrei no mundo da fama porque gostava muito de música e tocar instrumentos. Com 12 anos, já fazia parte de uma banda e aos 16 anos fui emancipado. Depois, montei um grupo de dança e trabalhei com produção de eventos. Quando entrei na Xuxa, já tinha toda essa bagagem. Ainda jogava bola no Cruzeiro. Era goleiro. Eu era um cara hiperativo”, revelou.
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Quando recebeu o convite para ser paquito, ele pensou em recusar: “Tinha 17 anos e pintou o convite para trabalhar com a Xuxa. Falei: 'trabalhar com criança?'. Mas falaram que era para cantar e eu pensei na minha carreira solo. Fui escolhido por Michael Sullivan e Paulo Massadas. Fiz dois filmes: Lua de Cristal e Sonho de Verão. Em 1992, sai para carreira solo e, em 1994, já estava fazendo uma temporada de shows fora do país”, lembrou.
Após o fim do trabalho de paquito, ele passou a estudar a bíblia e sua vida passou por uma transformação.
“Estava saindo de um estúdio em São Paulo e ouvi uma música e sai procurando de onde vinha. Entrei em uma galeria e ouvi um som de uma reunião cristã e entrei. As meninas me reconheceram e eu falei: Deus, se for da sua vontade, faça uma transformação na minha vida. E, desde então, tirei um prédio das minhas costas e vivo assim até hoje. Passei a estudar a bíblia e seguir os ensinamentos de Jesus”, contou.
O afastamento da carreira musical sem dar uma explicação aos fãs é algo que o incomoda até os dias atuais:
“Me arrependo que não dei uma satisfação para minhas fãs, que queria saber o que aconteceu para essa mudança. Também cheguei a falar coisas que me arrependo e hoje não falaria, por conta da maturidade que adquiri. Na época também eu era muito jovem”, explicou, revelando que ganhou muito dinheiro com Xuxa.
“Deu para fazer um pé de meia. Fazia meus shows extras do show da Xuxa. Sem ninguém saber, colocava alguém para fazer os contratos por fora para mim. Tinha um grupo chamado panxitos e panxitas covers dos paquitos e paquitas. Depois monetizei fã-clubes, contratei algumas meninas que já eram fãs e elas faziam contato com os fãs das cidades, vendíamos kits com camiseta do Xand, faixa etc. Quando a chegávamos para cantar com a Xuxa, tinham vários fã-clubes meus também”, lembrou.
Fluente em espanhol, alemão, francês, italiano e o coreano, Xand usa seu conhecimento para ensinar crianças e jovens em sua missão no país africano.
“Se der tempo, ainda quero aprender a cantar em hebraíco. Níger é o pior país para se morar segundo a ONU. Pisei lá em 2002 e nunca mais voltei, para ajudar as crianças mais miseráveis do planeta. Não tinha como eu e minha esposa ficarmos de braços cruzados. Comecei a arrecadar as coisas e levar para lá. Montei escolinha de futebol, temos quatro centro esportivos, escola de costura para mulheres, temos trabalhos no hospital e no presídio lá”, disse ele.
Junto com a mulher, a escritora e design Giovana, ele cria 19 filhos e 14 netos: “Os meus dons todos estão sendo passados para os meus filhos lá. A filha mais nova tem 19 anos. Estamos indo para a segunda geração de pessoas que pensam em ter um futuro melhor. Meu sonho é fazer com que o Níger saia do último IDH do planeta enquanto eu ainda estiver vivo”, contou.
COLUNISTAS
Danni Cardillo
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