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Trans brasileira reclama de discriminação por parte da Playboy em Portugal: “Fui muito mal tratada”

Sâmella Vintter reclamou do tratamento que recebeu da equipe

Sâmella Vintter diz ter pago custos de alimentação, hospedagem e produção de material - Foto: Reprodução/ Instagram
Sâmella Vintter diz ter pago custos de alimentação, hospedagem e produção de material - Foto: Reprodução/ Instagram

Redação Publicado em 04/09/2020, às 18h30

Capa da edição de março da edição portuguesa da revista Playboy, a modelo transexual Sâmella Vintter contou que sofreu discriminação por parte da equipe da publicação.

Para que o ensaio acontecesse, Sâmella disse que precisou pagar cerca de 300 euros pela maquiagem, produção, estadia e alimentação em Milão, local combinado para as fotos.

“Apenas o fotógrafo era contratado pela revista, as outras pessoas eu paguei com o meu dinheiro para que o trabalho acontecesse. Até o making of saiu do meu bolso”, lembrou ela.

“Todas as mulheres que fazem a capa, ganham roupão, orelhinhas de coelhinhas, eu não ganhei nem bom dia. Como eu paguei para acontecer o makig of, eu com o meu dinheiro, mandei fazer camisetas da Playboy para que a produção usasse e o trabalho saísse adequado para o vídeo. Me senti hostilizada pelos responsáveis da Playboy Portugal. Fico pensando se é porque sou uma mulher Trans? Então por qual motivo fui convidada? Na ocasião, o convite partiu por parte da Revista Playboy Portugal por conta da minha beleza e pelo fato de eu já ter feito a minha cirurgia de mudança de sexo”, ressaltou.

O ensaio para a Playboy era um sonho antigo de Sâmella:

“Na época eu estava muito feliz, não queria que nada desse errado, então eles foram me deixando de lado e ao invés de bater o pé, eu fui fazendo por minha conta as coisas, com medo da minha capa ser cancelada, pois fui ameaçada de cancelamento por um produtor, que caso eu não estivesse contente que eu sinalizasse e como sou mulher trans existia uma certa dúvida entre publicar o meu material ou não. Na época fiquei chocada! Tanto que eu era para sair em dezembro de 2019 e fui ser publicada apenas em março de 2020”, explicou Sâmella.

Por ter sido lançada em plena pandemia do novo coronavírus, a modelo não ganhou a tradicional festa de lançamento, e reclama que até hoje não recebeu nenhum exemplar da publicação.

“Eu não tenho nenhuma revista para mim, nada, zero, muito menos sei quantos exemplares foram vendidos. Quando fui pedir para receber a revista, eles me ofereceram para comprar. Achei um absurdo! Sabe quando você vê a discriminação nas entrelinhas das coisas? Foi assim que tudo aconteceu”, completou.