Carolinie Figueiredo fez um relato eu sem Instagram sobre o falecimento de sua avó
Redação Publicado em 17/03/2022, às 11h38
Na noite da última quarta-feira (16/03), a atriz, educadora e terapeuta Carolinie Figueiredo usou seu Instagram para anunciar o falecimento de sua avó. Carolinie, que vive com seus filhos em cima da casa da família no subúrbio do Rio, comentou que sua avó faleceu em seus braços enquanto esperava a ambulância chegar. Carolinie não detalhou o motivo do falecimento da avó.
"Hoje me despedi do grande amor da minha vida, minha avó, que para mim era minha mãe. Quem me conhece ou me acompanha aqui sabe da importância dessa matriarca. Eu moro em cima da minha avó. E é a terceira vez que moro aqui. Aos 15, quando minha mãe mudou de cidade, aos 24, quando me separei, e nos últimos 4 anos. Morreu no meu colo, esperando a ambulância chegar, mas aqui na Zona Norte carioca os serviços são precários, a gente vive no esforço, na luta e no limite da sobrevivência. Apesar do choque, me sinto privilegiada por ter sido seu colo para o descanso", conta a atriz na legenda de um álbum de fotos com a avó que foi compartilhado em seu perfil na rede social.
A atriz ainda agradece por ter conseguido amparar a avó em sua morte. "A sensação é que o papel de neta da Baba (como a chamava de forma carinhosa) foi o que mais dei conta de viver. Ainda que a sociedade não valorize os desempenhos de cuidados, nessa última semana, era todo dia: massagem, escuta e a sensação de estar me despedindo ao mesmo tempo que cumpria minha missão. Estava pesado para todas nós. Porque viver demanda muito de nós! A última palavra: 'pedindo para minha mãe comprar um chuveiro novo para mim'. Nem mesmo na passagem, ela deu folga para sua prontidão de cuidar de todos e de tudo. Nessa sociedade maluca não ensinam a valorizar o cuidado. Minha avó existiu para cuidar do marido, das filhas, dos netos e bisnetos!", afirmou a terapeuta.
Ela continua sua homenagem: "Você vai me ver muito escrevendo e elaborando sobre ancestralidade e ciclos. 'Dizem que quando uma árvore-mãe conclui seu tempo de vida, ela vai para o chão, vira suporte para que as outras possam se desenvolver'. Essa é minha fala na peça 'Mulheres que nascem com os filhos'. Que toda força que volta para a terra, ascenda em vitalidade para nós que continuamos. Há dois dias ela me dizia: 'estou com um choro preso que não consigo soltar'. E agora, numa onda forte de lágrimas e gratidão, ofereço meu corpo para chorar todas as lágrimas retidas. E gritar tudo o que essa mulher revolucionária, porém reprimida por cultura, não pôde expressar! Vida longa aos que continuam na experiência dolorosa e deliciosa que é viver! Celebração para os que descansam do corpo e vão voar em liberdade! Amo você, minha Baba! Agradeço o carinho e cuidem sempre das nossas avós. Nossa preciosidade!", concluiu.
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