Âncora do Jornal Nacional lembrou ataque em padaria às 10h da manhã
Redação Publicado em 27/05/2020, às 10h00
Convidado do Conversa com Bial, William Bonner contou que sua quarentena começou bem antes da pandemia do novo coronavírus, devido aos ataques de ódio que vem sofrendo em locais públicos.
No programa, o âncora do Jornal Nacional lembrou de um caso que aconteceu às 10h da manhã, quando foi até uma padaria para tomar café da manhã:
“Polarização chegou a um ponto em que minha presença em determinados locais públicos era motivadora de tensões. (Teve uma vez) Era uma manhã de sábado, no Rio, fui a uma padaria na Lagoa (Zona Sul da cidade) e uma mulher bêbada, às 10h da manhã, começou a me atacar. Não só me insultava, como fazia a 1,5m de distância do meu rosto. E eu não posso reagir. Apenas dizia: ‘Não faça isso, não faça’. E as pessoas ao redor num constrangimento. E eu me sentia culpado por isso. Todos a volta só queriam tomar um café da manhã. Não queria tornar o dia de ninguém ruim”, lembrou Bonner.
O ataque fez com que o jornalista decidisse por fazer o mínimo possível de aparições em público.
“Tem gente hoje me aplaudindo que estava, há dois, três anos, me xingando. Pessoas que hoje estão me xingando, há dois, três anos, batiam palmas”, ponderou.
Na atração, WilliaM Bonner falou sobre fake news, e citou o caso em que um de seus filhos que teve o CPF usado por criminosos que queriam sacar o auxílio emergencial do governo.
“Tive apenas o objetivo de apresentar uma denúncia, mas coisas estranhas aconteceram. Circularam, ainda, pela internet, vídeos que o acusavam de ter feito o pedido e recebido. Tinha gente chamando meu filho de cafajeste. Era uma coisa que transbordava um ódio. E me questionavam: ‘Não vai fazer nada? Vai ficar quietinho?’ Mas isso não faz sentido, fui eu quem denunciei”, explicou.
Ao falar sobre o caso, o jornalista opnou dizendo que acredita que o golpe foi planejado antes de ele vir a público para falar sobre o assunto.
“Eu só posso deduzir uma coisa: esse material estava pronto antes de eu vir a público. E não acho que foi para colocar o dinheiro no bolso. Tendo a achar que tinham a intenção de fazer parecer que o filho do âncora do Jornal Nacional e da apresentadora da Globo aparecesse com alguém que tivesse feito algo muito feio e encurralasse essas pessoas. Quem, em meio a uma pandemia, com milhares de mortes, com centenas de milhares de pessoas doentes, teria a ideia, do nada, de entrar no site do Ministério da Cidadania, do Dataprev, e ‘vou verificar se o filho do William Bonner tentou se inscrever para receber os R$ 600 de ajuda que o Governo destina aos que perderam a renda’. Esse é o tempo em que estamos vivendo hoje”, refletiu.
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