Xuxa fala da volta aos cinemas aos 60 e nega aposentadoria: “Podem chamar de velha”

A apresentadora Xuxa, de 59 anos 一 ela faz 60 em março 一 falou sobre seu retorno aos cinemas, no filme Uma Fada Veio me Visitar, adaptado do livro de Thalita Rebouças, e revelou, entre outras coisas, que não pensa em se aposentar tão cedo.

“As pessoas me cobravam esse retorno. Quando a Thalita veio me fazer a proposta do filme, a fada vivia nos anos 60. Mas eu falei que as pessoas iam gostar mais de me ver nos anos 80, e ela concordou. Então casou a vontade dela com a minha de voltar a fazer alguma coisa para as crianças”, explicou ela, ao Extra.

No filme, Xuxa contracena com Antonia Périssé, de 16 anos, filha da atriz Heloísa Périssé, e incorpora outros ícones da década de 1980, incluindo Boy George, She-Ra, Madonna, Cindy Lauper e Angélica.

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“A fada dorme com 35 anos e volta com a minha idade. Então estou fazendo uma fada de 60 anos. A personagem da Antonia questiona em cena se ela não está velha para ser um fada. E eu digo que os jovens adoram chamar as pessoas de velhas, querendo ofender. Peço respeito às minhas rugas, à minha história. É bacana e vai fazer com que os adolescentes reflitam sobre isso. Eu, por exemplo, prometi que faria uma plástica aos 60 anos, mas não vou cumprir. Não me sinto à vontade”, disse ela.

À publicação, Xuxa falou sobre vários assuntos, incluindo aposentadoria, seu posicionamento político, e a série de ficção que gravará para o Globoplay.

“Não quero viver em mansões, numa nova casa rosa, branca ou dourada. Não quero mais me aposentar, falar em aposentadoria. Quero viver num sitiozinho, plantando, cuidando dos bichos e que eu possa sair de lá para fazer coisas bacanas. Tenho muitas oportunidades ainda. Podem me chamar de velha porque não me ofende. Sou velha mesmo, mas uma velha com uma história linda”, garantiu.

Posicionamento político

Muito elogiada e também criticada nas últimas eleições por conta de seu posicionamento político, Xuxa contou que “se sentiu na obrigação” de fazer alguma coisa:

“Sempre fui apolítica. A minha política sempre foi a das crianças. Nunca quis me colocar à frente, não sou apta nem entendo o suficiente sobre o assunto. Mas me senti na obrigação quando achei que estava passando dos limites. Era o momento de estar ao lado de pessoas que me fizeram chegar até aqui, como os gays, que são maioria no meu público. Vimos muita gente concordando com isso e não quero mais essas pessoas perto de mim”, declarou.

Xuxa explicou que certamente perdeu amigos por conta de seu posicionamento:

“A gente tem agora a preocupação de quem a gente vai chamar para trabalhar comigo. Se ela tem a ver com esse meu pensamento porque posso deixar alguém constrangido. Tem classes, como a dos os sertanejos, que era naquilo que eles acreditavam... Aí eu tenho um programa e vou entrevistar um sertanejo. Como vou conversar com essa pessoa? Logo eu que não tenho papas na língua. O futuro está diferente, e sei que não vou conseguir ficar quieta”, avisou.

Série “Rainha” no Globoplay

Escolhendo o elenco de Rainha, uma série de ficção sobre sua história para o Globoplay, Xuxa contou que foi terapêutico reviver o passado no documentário dirigido por Pedro Bial.

“Quando volto ao passado, vem muito a minha mãe na cabeça. Como eu tive uma relação muito boa com ela, não me dói em nada. Até falar de coisas desagradáveis como os abusos que sofri. Me senti protegida também porque eu estava ao lado do Pedro. A gente fez uma cena muito forte em Angra. Falei para eles que, quando sofri o último abuso, fui para o mar e me esfreguei com areia, e eles botaram essa cena. Foi terapêutico, foi forte, mexeu comigo. Ao mesmo tempo, foi libertador. Parece que eu abri aquela caixinha que estava me fazendo mal e encarei de frente”, explicou.