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Tico Santa Cruz relata preconceito ao falar de corpo 90% tatuado: "Sou parado na alfândega"

Músico virou notícia recentemente ao tatuar "Viva SUS" nos dedos das mãos

Tico revelou ter sido questionado se era de "gangue" por conta das tatuagens - Reprodução/Instagram/@ticostacruz
Tico revelou ter sido questionado se era de "gangue" por conta das tatuagens - Reprodução/Instagram/@ticostacruz

Redação Publicado em 09/08/2021, às 08h49

O músico Tico Santa Cruz revelou ser alvo de preconceito ao ter cerca de 90% do corpo tatuado e contou que costuma ser parado na alfândega, além de já ter sido proibido de entrar em um parque aquático no Japão. 

Em conversa com a Quem, o vocalista do Detonautas contou: "Tenho 90% do corpo tatuado e as tatuagens refletem o que sou por dentro. Uma vez li que as tatuagens são cicatrizes que a gente escolhe. É isso mesmo, elas representam as cicatrizes que consegui na vida. A do SUS é uma homenagem a esse sistema que mesmo sem os recursos necessários tem salvado muitas vidas."

Marginalizado por conta dos rabiscos pelo corpo, ele diz que já foi parado na alfândega no exterior, além de ser barrado em um parque do Japão: "Eu sou branco, de classe média alta, do meio artístico. Então, aqui no Brasil esse preconceito que existe em relação as tatuagens não me afeta. Mas ele existe. Se for todo tatuado então vai sofrer mais ainda. Eu posso fazer isso, mas sei que muita gente não pode porque vai ser marginalizado, dificilmente vai arranjar emprego. Mas quando saio do Brasil não tenho esse privilégio", disse.

Ele prosseguiu: "No Japão já fui proibido de entrar em um parque aquático e eu nem tinha ainda o rosto tatuado. Imagina agora! Em todos os lugares sempre sou parado na alfândega. Nos Estados Unidos, já fiquei esperando uma hora e meia na imigração para ser avaliado. Minha mulher, que não tem tatuagem, passou, mas eu fiquei lá. Falei que era músico e me perguntaram se eu era de gangue, o que estava fazendo lá... Expliquei que era músico de uma banda famosa no Brasil e o agente disse que ia procurar no Google."

"Ele acabou vendo um vídeo bem do Detonautas se apresentando para 100 mil pessoas no Rock in Rio. No final, me pediu autógrafo e me liberou. Fui salvo pela música", completou. 

Recentemente, o músico falou sobre como a terapia mudou seu modo de lutar e defender causas e questões em que acredita, além de ter decidido desatar nós que fez durante a vida.