Nathalia Dill falou sobre instabilidades e mudanças do meio artístico
Redação Publicado em 12/05/2022, às 08h36
Nathalia Dill, de 36 anos, fez uma reflexão sobre a carreira no Brasil, e mencionou as mudanças e instabilidades no meio artístico. Dill, que está em cartaz na comédia romântica, Incompatível, conta que a estreia do longa sofreu adiamentos em razão da pandemia.
"Da época em que comecei para cá, há muitas mudanças: o que é padrão, o que deixou de ser padrão, o que é interessante, o tipo de personagem, as falas, o que se levanta e o que não se levanta no texto, a seleção de atores para ser um elenco mais democrático", disse à Quem.
"Tudo isso acontece gradualmente, mas ajuda a tornar o meio mais plural. O cinema brasileiro tem se permitido explorar mais gêneros". Nathalia afirma que sua família sempre incentivou o consumo de artes. "Meus pais sempre nos estimularam a fazer aulas e isso era incrível. Não tínhamos abertura para viagens e roupas da moda, mas eles gostavam de nos proporcionar diferentes aulas e cursos. Minha família sempre muito incentivadora."
Questionada sobre o lançamento do filme nos cinemas, a atriz revela que a produção foi gravada em 2017: "A gente nem imaginava a possibilidade de uma pandemia. A internet é praticamente uma protagonista da história. O que eu acho legal é que aspectos que retratamos no filme ainda não tinham nome. Por exemplo, as nomenclaturas que surgiram – como “cultura do cancelamento” e “fake news” - já estavam presentes na história do filme, assim como as hashtags de “gratidão” e “vem coisa boa aí”. O filme ficou mais forte e se manteve atual."
Ela prosseguiu: "As questões que levantamos são as grandes questões humanas. O filme é muito genuíno, aborda questões da humanidade de forma honesta e atual. O mundo da internet muda muito rapidamente, inclusive pelas plataformas – uma que está bombando em uma época, não necessariamente continua bombando agora. Tudo é muito mutável". Dill relata, ainda, que sua família sempre consumiu e apoiou a arte. "Minha família sempre muito incentivadora. Quando estou em cartaz com alguma peça, eles gostam de ir a todas as apresentações, não só na estreia, vão ao cinema, assistem às novelas que faço. São dedicados. E apavorados."
A artista explica que a família se apavora por conta de instabilidades no meio artístico: "Ser artista no Brasil é quase uma loucura". Ela também foi questionada sobre a pandemia lhe trazer reflexões da maneira como a arte é consumida no Brasil. "Sim, com certeza. Com a estreia de Incompatível nas salas de cinema, podemos lembrar como é gostoso ir ao cinema. A pandemia trouxe a comodidade de assistir a uma estreia em casa, mas ir ao cinema proporciona outra experiência."
"Não é só o fato da tela grande, mas a oportunidade de assistir com outras pessoas. É um cinema inteiro recebendo um filme, percebendo propostas, há um contágio de risadas. Ter pessoas reagindo ao seu lado é uma experiência diferente. Vale muito a pena ir ao cinema", finalizou.
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