Jornalista não passou pela cirurgia de mudança de sexo
Redação Publicado em 08/06/2021, às 05h26
Mulher trans, Léo Áquila divertiu seus seguidores ao contar, nos mínimos detalhes, como foi sua consulta com o urologista.
No Youtube, a jornalista ― que não se submeteu à cirurgia de mudança de sexo ― contou que estava receosa com o tratamento no consultório, mas que a consulta acabou sendo a “melhor de sua vida”.
“O médico saiu da sala e deu uma olhada antes, porque chamava os pacientes pelo nome. Ele era bem velhinho e eu pensando: ‘ai meu Deus, como é que eu vou mostrar minha neca pra esse médico?’ Consulta de rotina... E aí a recepcionista me perguntou que nome eu gostaria que chamasse. E eu respondi que o meu, Leonora. E aí ela me disse: ‘Aqui no sistema ainda está Jadson, viu?’. E eu disse que já tinha trocado tudo, todos os bancos, identidade, habilitação, tudo, só o plano de saúde que ainda não tinha conseguido. E ela me disse pra correr atrás disso, mas pra eu ficar tranquila que ela iria avisar ao médico”, começou ela.
“Quando eu vi o senhorzinho na porta eu pensei: ‘esse médico vai fazer uma cagada’. O consultório cheio e eu bem feminina e bem tranquila esperando. Daqui a pouco ele abre a porta: ‘Jadson Mendes’ (risos). Eu só olhei pra menina da recepção e ela ficou bege. Levantei, respirei fundo e pensei: ‘eu explico pra ele lá dentro, ele é um senhorzinho e vai entender’. E entrei”, continuou.
“Ele olhou pra mim, me viu toda menininha assim e falou: ‘pois não, Jadson, o que você tem?’ Eu falei: ‘Doutor, então, o senhor pode me chamar de Leonora? Caso o senhor não tenha percebido, eu sou uma mulher transexual’. E ele me disse: ‘não, eu tenho que chamar pelo nome que está no sistema, você está em um urologista, mulher não vai em urologista’. Comecei a ferver por dentro e falei: ‘Doutor, o senhor pode, por favor, me chamar de Leonora e respeitar minha identidade de gênero? Não sou mais um menino. Agora sou uma mulher trans’. Respirei fundo pra tentar mostrar pra ele que o mundo mudou. Ele era formado desde 1960”, explicou.
A consulta, no entanto, acabou sendo muito boa, de acordo com a própria Léo Áquila.
“Mas gente, como é bom você desarmar, ser humilde e engolir alguns sapos na intenção de informar. Porque posso dizer uma coisa? Foi a melhor consulta da minha vida. Eu nunca ri tanto com um médico como eu ri com esse. Quando ele percebeu o que era, ele começou a me tratar no feminino. E então eu fui explicar que era uma consulta de rotina, porque biologicamente eu sou um menino, então ele precisava dar uma olhada para ver como é que está”, disse.