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Marieta Severo reflete e celebra mudanças na TV: "Desigualdades do país precisam ser retratadas"

Marieta Severo exaltou destaque aos idosos em "Um Lugar ao Sol"

Atriz tem mais de 50 anos de carreira no meio artístico - Foto: Reprodução / TV Globo
Atriz tem mais de 50 anos de carreira no meio artístico - Foto: Reprodução / TV Globo

Redação Publicado em 23/03/2022, às 07h51

Marieta Severo, de 75 anos, fez uma reflexão ao exaltar as mudanças na TV e o destaque aos idosos em Um Lugar ao Sol, em que interpreta vó Noca, e falou sobre as desigualdades do país, em entrevista à Quem

"As desigualdades todas desse país precisam ser retratadas. Há 20 anos, era encarado como normal uma novela mostrar apenas uma camada social. Hoje em dia, é mais difícil a gente ter uma novela que não retrate as diferenças sociais. Em questão de assédio sexual, caminhamos muito nesses 20 anos, assim como o racismo, as causas femininas."

Severo prosseguiu: "Vinte anos depois a gente tem uma maior consciência do nosso passo país, mas nunca imaginei que chegaríamos a esse tipo de governo". A atriz celebra, ainda, a o papel de avó, que convive com erros e acertos no enredo da trama. "O lugar da avó é o do afeto, um afeto puro e muito precioso. É muito sábio que a Lícia tenha aberto esse espaço e dado voz à importância do que pessoas nessa faixa etária, a da velhice, têm a dizer e valorizar isso."

"As sociedades primitivas valorizavam a sabedoria dos mais velhos, aquele conhecimento que vai passando de geração para geração", afirma. Com mais de 50 anos de carreira artística, Marieta ainda explica sobre a diversidade entre suas personagens e o que representam. "No caso da Noca, há a riqueza da vida cotidiana, ela está fora das esferas de poder, diferentemente da Fanny, de Verdades Secretas, e da Sophia, de O Outro Lado do Paraíso, que eram mulheres que circulavam em uma outra esfera da sociedade, trafegavam pelo setor da elite brasileira. Há uma problemática grande em torno de status, do querer, do consumir… Vó Noca está longe disso."

A artista também conta:"É um personagem muito verdadeiro, confortável, prazeroso. As questões que ela levantou são questões que fazem bem à alma. Fiz 14 nos de Dona Nenê, em A Grande Família, uma mãe de família de classe média baixa. Não me sinto aprisionada a nada. Gosto de personagens com conflito, independentemente da classe social, se é rico ou pobre. Gosto de personagens que tenham boas histórias a contar. Não me sinto aprisionada a nada, não". Após diversas mudanças na sociedade e nas produções de TV, ela ainda reflete. "Lá em Laços de Família, a gente vê uma camada social retratada no Leblon. Hoje, não dá para imaginar uma novela com uma só camada social. Houve uma mudança em relação a isso. As desigualdades todas desse país precisam ser retratadas."

"Há 20 anos, era encarado como normal mostrar uma novela com apenas aquela camada social. Hoje em dia, é mais difícil a gente ter uma novela que não retrate as diferenças sociais. Em questão de assédio sexual, caminhamos muito nesses 20 anos, assim como o racismo, as causas femininas. Vinte anos depois a gente tem uma maior consciência do nosso passo país, mas nunca imaginei que chegaríamos a esse tipo de governo", finalizou.