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Fafy Siqueira comenta sobre enfrentar machismo pela arte: "Já fui cortada de muitas coisas"

Fafy Siqueira relatou ter sofrido machismo em conversa Agildo Ribeiro

Atriz também frelembrou que deixou a música para fazer teatro e humor - Foto: Reprodução
Atriz também frelembrou que deixou a música para fazer teatro e humor - Foto: Reprodução

Redação Publicado em 31/05/2022, às 09h29

Aos 67 anos, Fafy Siqueira relatou já ter sofrido machismo quando esteve trabalhando para um programa da TV Globo e lamentou as falas de ouviu de artistas como Agildo Ribeiro

Fafy disse, em conversa com a Quem, que foi repreendida por usar uma palavra que poderia significar duplo sentido: "Vieram falar que meu quadro era pesado. Não sou pessoa de falar palavrão, fiz anos show com Chico Anysio sem nenhum palavrão, sacanagem ou putaria."

A atriz prosseguiu: "Então, quando ouvi que meu quadro era pesado, peguei minha bolsinha e fui falar com a direção. O problema tinha sido uma paródia com abril em que usei a frase a 'ponte que partiu'. Disseram que isso levava a segundas intenções. No mesmo programa, tinha um quadro do gênio Agildo Ribeiro em que ele pedia para uma mulher subir mais e mais até ficar com a cara na bunda dela."

"Perguntei se isso não tinha segundas intenções e me responderam: ‘Mas ele é homem’. Essa frase eu ouvi de um gênio, mas que foi machista naquele momento. Já fui cortada de muitas coisas para não sobrepor um colega homem. Ainda hoje, não só no Brasil, mas acredito que no mundo todo, nós seguimos lutando contra o machismo no humor", disse. Na época, ela fazia quadros humorísticos no Zorra Total

Durante os anos 70, ela contou que também ouviu uma frase semelhante, quando costumava se apresentar como cantora em festivais: "Participei de alguns festivais na TV e um dia um produtor me disse que estava sendo pressionado por causa das minhas apresentações, que eles julgavam ser muito teatrais. Eles me queriam transformar em uma concorrente da Fafá de Belém. Não tinha nada a ver."

"Eu respondi que minhas apresentações eram tão teatrais quando as do Eduardo Dussek e Ney Matogrosso e ouvi: ‘mas eles são homens’. Vi que não teria mais nada para levar para a música daquele jeito e fui fazer teatro e humor", lamentou Siqueira. Mesmo sem deixar de compor, a artista conseguiu superar hits com vozes da Xuxa e Sandy & Junior. "Direitos autorais de música no Brasil são para poucos. Fiz temas de novelas, música para Sandy & Junior, Xuxa, Renato Aragão, etc."

Fafy completou: "Quando a Xuxa gravou minha música Marquei um X, comprei um carro bom com o dinheiro dos direitos, mas o dinheiro da execução não vi. A música foi a mais executada da época. Não faço parte dos privilegiados que ganham dinheiro com direitos autorais. Música passou a ser um hobby para mim."