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Ex de William Hurt, atriz surda que acusou ator de abusos em autobiografia comenta sobre morte: "Ótimo ator"

Marlee Matlin acusou William Hurt de violência doméstica e estupro no fim dos anos 80

Atriz lançou biografia em 2009, onde relatou abusos praticados pelo astro - Foto: Reprodução
Atriz lançou biografia em 2009, onde relatou abusos praticados pelo astro - Foto: Reprodução

Redação Publicado em 14/03/2022, às 10h22

Marlee Matlin, de 56 anos, comentou sobre a morte de seu ex-namorado, William Hurt, falecido aos 71 anos, neste domingo (13/03), por causas naturais. 

Durante breve entrevista ao Entertainment Tonight, a estrela, única surda a ganhar o Oscar de Melhor Atriz, lamentou a perda de William: "Perdemos um verdadeiramente ótimo ator, sempre lembrarei com muito carinho do nosso trabalho em ‘Filhos do Silêncio’. Ele me ensinou muito como ator, ele era uma pessoa singular."

Marlee lançou, em 2009, uma autobiografia (‘I’ll Scream Later) em que relata abusos sexuais e violência doméstica praticados por Hurt, durante namoro no fim dos anos 80. Os dois assumiram namoro nos bastidores de Filhos do Silêncio, quando tinha 19 anos, e o ator 35 anos.

A artista disse, ainda, que sofreu estupro por Hurt enquanto o ator trabalhava nas gravações de Nos Bastidores da Notícia (1987): "Ele chegou bêbado às 4h30. Aí quando vejo ele me tirou da cama, gritando comigo e me sacudindo. Eu fiquei com medo, comecei a chorar. Então ele me jogou no chão, começou a arrancar as roupas dele e as minhas. Eu chorava. ‘Não, não, não. Por favor, Bill, não’. Depois só me lembro dele dentro de mim enquanto eu chorava", relembra.

No mesmo ano em que lançou a obra, Maltin revelou ao Access Hollywood que sentia medo do ex-namorado enquanto morava com ele: "Eu sempre estava com medo dele. Meu eu o amava. Amava. Ou talvez achava que amava. Mas olha só, eu tinha 19 e ele 35. Passamos dois anos juntos. Eu sempre tinha hematomas frescos, todos os dias. E também o lábio cortado. Aconteceram muitas coisas desagradáveis". Mesmo assim, ela afirma que não o denunciou em razão do momento conturbado em que vivia na época, quando estava viciada em drogas.

"Eu estava muito envolvida no mundo dele e com as minhas drogas. As drogas tomaram conta da minha vida, do meu cérebro. Eu tinha 19 anos e estava sozinha em Nova York. Não tinha nenhum amigo além do meu traficante. Eu posso dizer que compreendo como as mulheres temem deixar relacionamentos abusivos. Elas deveriam denunciar, mas eu consigo entender porque elas não conseguem", disse ela na ocasião.