Angela Ro Ro celebrou uma de suas canções em "Um Lugar ao Sol"
Redação Publicado em 14/01/2022, às 11h22
Angela Ro Ro, atualmente morando isolada em Saquarema desde o início da pandemia, comenta sobre seu relacionamento com a nova namorada e celebra sua música, "Compasso", na trilha sonora da trama Um Lugar ao Sol.
A cantora de 72 anos, considerada uma das artistas polêmicas do MPB, afirma ainda estar jovem ao falar sobre a idade: "Em matéria de velhice, eu ainda estou no início dela. Tem um pessoal aí na ativa com mais de 90 anos: Nathalia Timberg, Fernanda Montenegro... Como estão bonitas! Envelhecimento é aquele negócio: depois dos 60, cada ano parece cinco. E depois dos 70, parece dez. Durante a pandemia, dei uma enferrujada."
"Faço exercícios, alongamento, quiropraxia pra colocar o boneco no lugar", garante. A artista ainda diz que nunca teve coragem de fazer plástica no corpo, além de seu pescoço. "Depois que emagreci, pelancou. Sou boa pra ser olhada de burca. Fiz plástica no pescoço, porque ficou muito pelicano, mas não tive coragem de fazer no corpo. Meu médico disse que eu corria risco de ferir tendões, que são frágeis. Então, deixa a pelanca cair. Hoje, eu me olho no espelho casualmente, quando faço maquiagem, penteio o cabelo, escovo os dentes."
Ro Ro prosseguiu: "Mas eu me gosto. Dependendo do ângulo e da luz, é claro. A verdade é que até chegar a uma intimidade sexual com alguém, estou vestida. Então, conquistei com roupa. Na hora do tesão, não tem surto com pelanca. Até agora, ninguém desmaiou. E todas voltam, o que posso fazer?". Questionada sobre sua vida amorosa, Angela conta que está se sentindo "o Louvre". "Já reparou como a juventude adora um museu? Tenho uma namorada mais jovem e mais tímida, então não vou falar muito sobre. Mas ela é vacinada, cuidadosa. A gente se conheceu pela internet."
"Só de ela ter uma ortografia sem abreviações, eu já fiquei encantada. É um afeto, uma pessoa amiga pro que der e vier. Tive que me encorajar para chegar fisicamente perto de alguém na pandemia. Sou griladona. Já aglomerei demais na vida, sou da geração da bunda chata, de tanto ficar sentada em botequim. Agora, fico no meu canto". A cantora ressalta estar "mais cínica" e "sem vergonha do que nunca". "Sou muito inculta, devo ter lido o catálogo telefônico e mais nada. Mas Fernando Pessoa não dizia que ‘o poeta é um fingidor, finge a dor que não sente’?".
Angela completou: "Sou uma poeta, profunda admiradora e amante das mulheres. Sou lésbica, mas não fico caçando pessoas nem me expondo. A minha lesbianidade está mais no amor-próprio. Me amando como mulher, eu amo todas as outras com um amor irmão. Acho mulher um bicho fascinante. Continuo romântica na vida como sou nas músicas, e a libido não sossegou. Isso é sadio. Só não vou fazer a mesma coisa que o Ney (Matogrosso) fez na internet (o cantor postou um nude sem querer)".
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