Texto foi divulgado pela família do apresentador na web
Redação Publicado em 22/10/2020, às 08h30
Um dos maiores comunicadores do país, Silvio Santos, de 89 anos, disse que “sua memória está se apagando vagarosamente” no trecho de uma carta escrita para o livro Sonho Sequestrado, escrito por Marcondes Gadelha. O livro conta detalhes da corrida eleitoral dos dois em 1989, quando o dono do Baú da Felicidade se candidatou à presidência.
“Como muito de meus órgãos, incluindo o óbvio, que não funciona há muito tempo, minha memória a cada dia que passa vai se apagando vagarosamente. Este seu livro me lembra de acontecimentos que eu já tinha esquecido e me deixa emocionado a cada página que leio”, diz ele na carta, datada de 31 de julho de 2020.
Em outro trecho, Silvio diz que sua equipe no governo, no mínimo, “melhoraria a vida” das pessoas mais necessitadas.
“Considero que estava qualificado para exercer a Presidência da República e tenho certeza de que a equipe que escolheria, no mínimo, melhoraria as condições das pessoas mais necessitadas neste país. Parte do povo mais humilde do Brasil, infelizmente, ainda vive debaixo de pontes, em casebres de papelão ou de madeira, onde, muitas vezes, só tem um prato de feijão para comer e ainda precisa se preocupar com saúde e com os remédios que precisa tomar. Minha atuação seria voltada para esses temas que tanto afligem a nossa pobre população. Os demais problemas do nosso país seriam enfrentados também pelo presidente Silvio Santos, mas preservada sempre a prioridade dada à habitação e à saúde”, continuou.
Ao amigo escritor, Silvio ainda deixou um recado emocionado:
“Você, com seu talento de escritor e generosidade de amigo, me deixou por diversos momentos com lágrimas de saudade e emoção ao trazer de volta aqueles compromissos”, agradece ele, antes de fazer uma análise de como seria sua vida se tivesse se tornado presidente do Brasil.
“Hoje, com 90 anos, me pergunto se teria sido bom para mim, para a minha família, para a minha televisão e para as pessoas que gostam de mim ter colocado a faixa verde e amarela que estampa a capa do livro. Sei, porém, que teria sido bom para a causa. E isso me basta. O desafio, então, estava aceito em qualquer circunstância”, completou.