Julie Alves está procurando advogado para processar diretor de unidade de saúde
Redação Publicado em 08/10/2020, às 07h22
Apresentadora do Fala Baixada, do canal CNT Rio, a repórter Julie Alves, de 44 anos, contou que está procurando um advogado para processar o diretor da Unidade Médica de Engenheiro Pedreira (UMEP), que a chamou de “macaca” e a agrediu fisicamente enquanto ela tentava fazer uma reportagem no local.
De acordo com Julie, ela e o cinegrafista Vângelis Floyd Ferreira foram vítimas de agressão e racismo por parte de Clodoaldo Silva de Souza dentro da unidade de saúde.
Ao contar o caso, a repórter explicou que entrou na unidade de saúde de Mucajá, no bairro de Japeri, na Baixada Fluminense, com a câmera ligada para averiguar uma denúncia, e o homem a teria recepcionado com as seguintes frases: “Vai gravar sua macaca?. Vai gravar seu gordão?’”.
Após a agressão verbal, Clodoaldo teria partido para a agressão física. Segundo relato de Julie, ele deu um tapa em seu braço que a fez derrubar o microfone no chão.
“É muito difícil se recuperar psicologicamente de um fato como este que nos abala muito. Recebi muitas ligações de amigos e familiares preocupados com a minha integridade, mas eu preciso trabalhar. Tenho dois filhos para criar e só quero fazer o meu trabalho. Quero ser respeitada. O racismo existe, não é velado. Esse episódio é um racismo explícito e cruel. Espero que esse crime que aconteceu comigo, sirva de exemplo para outros colegas não abaixarem a cabeça e não deixarem que ninguém o diminua pela sua cor. Eu e o cinegrafista estamos conversando sobre isso para procurar um advogado e irmos atrás de nossos direitos”, contou ela, à revista Quem.
À publicação, Julie disse ainda que ela e o cinegrafista foram levados para uma salinha porque estavam passando mal, e lá foram vítimas de mais intimidação:
“Depois de toda a confusão, que ele veio para cima da gente, eu e o cinegrafista fomos levados para uma sala, que estávamos passando mal, e lá dentro estava a secretária de saúde, Rosilene Moraes dos Anjos, e o funcionário dela entrou depois para nos intimidar e nos ameaçou, mais uma vez, dentro do gabinete. Foi quando saímos e fomos levados pelo Samu para outro hospital. Tive uma crise de nervoso e pressão arterial alterada”, continuou ela.
Após sofrer a agressão, Julie foi até a 63ªDP (Japeri) para fazer um boletim de ocorrência. A repórter explicou que ficou com medo de tudo o que aconteceu porque tem um filho ainda bebê.
“Desta vez, fiquei com medo, porque tenho um bebê e um filho de 18 anos, mas já passei por situações ruins, sim. Uma vez fui a única repórter barrada em um evento de escola de samba. Já aconteceu também de me perguntarem se a repórter estava vindo e eu tive que responder que a repórter era eu. Quero um dia poder ligar minha televisão ver mais representatividade, como é a Maju Coutinho. Me lembro quando ela assumiu o Jornal Hoje, ela teve que provar que merecia estar ali, como se ela não tivesse entrado pelo mérito dela e por cota. Isso é muito chato”, reclamou ela.
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