Nuno Leal Maia fala sobre arrependimento na carreira, fama e afirma: "Tem que manter o espírito jovem"

O ator Nuno Leal Maia, 73, conversou com o Jornal Extra e abriu o jogo sobre sua carreira, contou sobre seu arrependimento ao recusar um papel e também disse que não envelheceu.

Hoje em dia, Nuno leva uma vida mais tranquila e se divide entre as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos, onde costuma passar a maior parte do tempo. Há quase duas décadas, casado com Monica Camilo, 30 anos mais nova, ele tem feitos pequenos trabalhos para séries de canais a cabo e projetos de amigos:

"Fui saindo de cena aos poucos, mas faço o que pinta. É difícil eu recusar um trabalho", disse ele ao Jornal. Ele mencionou não ter filhos, que ainda não teve a oportunidade, e que está feliz em seu atual relacionamento: "Se você encontrar uma pessoa bacana, que combina contigo, vale a pena. Vai fundo que dá certo. A gente divide tudo". 

O ator também comentou que não sente falta de badalações e facilidades que o sucesso pode acabar proporcionando, sempre foi pé no chão, sem qualquer deslumbramento: "Glamour é coisa de Hollywood, nunca acreditei nisso. Sempre soube onde estava pisando. Não é porque trabalho na TV que vou achar que sou uma estrela. O sucesso nunca me subiu à cabeça. Sempre tive humildade. Quem é humilde é grandioso. A humildade é você saber tratar as pessoas com educação. Aqui a gente é ator e às vezes nem recebe". 

Quando o  assunto era dinheiro, Nuno também matinha o pé no chão: "Nunca quis ter um carro conversível para passear em Ipanema. Sempre morei no meu apartamento em Botafogo e não fiz loucuras. Não extrapolei para a queda não ser violenta. É melhor cair de um muro baixo". 

Com 73 anos, o ator diz que a idade não é uma questão para ele e que não envelheceu: "Para mim, por enquanto, está de boa. Tem que manter o espírito jovem e o corpo tem que administrar isso, senão acaba mais rápido mesmo. Uma vez, quando eu fazia a peça ‘Hair’ com o cantor Antonio Marcos, fomos a um café em São Paulo e ele começou a beber muito, dizia que vivia tudo intensamente, que queria chegar ao limite dele. Mas não critico nem julgo", comentou Nuno, que viu o colega morrer vítima de insuficiência hepática aos 46 anos, consequência do alcoolismo. 

Nuno se arrependeu, no alto de seus mais de 40 anos de carreira, ao recusar o papel principal em 'Vamp', 1991, vindo do sucesso de 'Top Model', que ficou para Reginaldo Faria: "chava que a imagem de galã ia começar a me atrapalhar e fiz a burrada de recusar esse papel. Reconheço que isso me tirou um pouco o foco de ator principal, de protagonista", o ator viveu outro personagem na trama, o padre Jurandir. 

Entre diversos personagens, um galã foi quem marcou sua vida e, até hoje, por onde ele passa, ainda é chamado de professor Fábio, que conquistava a Jô Penteado, interpretada por Viviane Torloni em 'A Gata Comeu', em 1985: "Sou parado na rua e recebo ainda muitas mensagens de carinho por causa desse papel. É o mais lembrado de todos, não tem jeito. Na verdade, nunca entendi muito esse sucesso. Eu brincava com o diretor Herval Rossano que a história era muito água com açúcar e não daria certo. Eu estava completamente errado", disse ele.