Mateus Verdelho revela sentimento de culpa após violência sofrida com a esposa, Shantal
Redação Publicado em 09/02/2022, às 10h09
Mateus Verdelho revela que a experiência de violência obstétrica sofrida pela esposa, Shantal, gerou medos, traumas emocionais, arrependimentos, além da luta na Justiça contra o médico Dr. Renato Kalil, responsável pelo parto da influenciadora.
À GQ, Mateus diz que procura conscientizar familiares e homens, principalmente: "Ainda é complicado porque é um assunto que não acabou. Não sei nem se está no meio ou no início, mas sei que temos uma longa batalha pela frente, mas, ao mesmo tempo, temos que manter a força."
"A gente busca força por eles (filhos). Isso nos motiva e nos fortalece", conta. O influenciador diz que ainda tem dificuldades em reviver os momentos compartilhados por ele e a esposa durante o parto, situação no qual foram expostos à violência verbal, que faz parte da violência obstétrica, segundo a OMS. "No final da gravidez, nos 6 meses de gestação, ela Shantal ficou um mês inteiro internada e tomando remédio na veia porque entrou em trabalho de parto prematuro. Foi muito grave. Se o bebê nascesse poderia morrer ou as sequelas seriam grandes A única coisa que eu pensei foi na saúde deles", explicou o influenciador.
Ele prosseguiu: "Não pensei em mais nada, não liguei pra mais nada, não vi mais nada. Meu mundo fechou e fiquei meio cego e surdo para as coisas. Às vezes eu me cobro porque continuei indo lá no consultório, porque não procurei outro profissional ou questionei. Até hoje não consigo entender porque deixamos levar tanto tempo assim". Verdelho também alega que os pacientes ficam a mercê do profissional. "Ele que estudou, ele que tem formação, ele que tem especialização sobre. Então às vezes a mãe se entrega e ele faz o que quer. São duas vidas em jogo, por mais que seja uma benção o nascimento de uma criança, é um momento muito delicado."
"Você só quer sua esposa bem, e só quer pegar seu filho no colo e que aquilo acabe logo", desabafa o influenciador, que complementou. "O médico sendo totalmente estúpido, com respostas grossas, como se estivesse fazendo um favor para a mãe. Isso não é o correto, então é válido falar disso porque temos que prevenir em vez de remediar. Se for deixando levar, na hora que for ver já é o parto e não tem mais o que fazer, não tem como substituir o profissional."
Verdelho conta, ainda, ter observado a ausência de pais em acompanharem as mulheres em consultas, tanto no obstetra, quanto no pediatra: "Várias vezes eu cheguei no consultório dele (Kalil) e eu era o único pai acompanhando. Penso que os pais deveriam acompanhar, observar e estar presente. Na verdade, passou da hora dos pais tomarem a frente disso, é tão quanto assunto do pai quanto da mãe. Quando um sofre, o outro sofre", diz.
Mateus disse, em depoimento à polícia, que ouviu xingamentos do médico, além do assédio do profissional ao chamá-lo para ver o tanto que a região íntima da esposa "teria rasgado" em razão do parto normal. Ele ainda relembra que foi cobrado por inúmeras pessoas desconhecidas por não ter tido "reação" aos comentários feitos pelo obstetra.
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