Cantora ainda comentou sobre ser mulher em uma indústria predominantemente masculina
Redação Publicado em 22/03/2021, às 09h25
A cantora e compositora Luísa Sonza, 22, comentou, em entrevista à Vogue Brasil, sobre seu processo criativo e como é ser mulher em uma indústria predominantemente masculina.
Ao ser questionda sobre decidir explorar mais de sua criatividade, ela revela: " Na verdade, eu comecei muito cedo na música, então foi tudo muito natural. Antes dos 7 anos, cantava em festivais e com 7, entrei para trabalhar num grupo vocal chamado Sol Maior e lá trabalhei por cerca de 10 anos. Então, minha história com a música vem de forma muito orgânica e natural, sempre foi assim durante toda a minha vida, minha evolução também foi muito natural".
"Foi trabalhando muito, aprendendo e evoluindo com todas as adversidade e acertos até chegar onde estou hoje". Conhecida inicialmente por cantar covers no Youtube, ela recorda o início de sua carreira: "Sempre tive um planejamento com o cover, sabe. Vi que estava num momento muito forte, então pensei: "Se tem tantas meninas fazendo, por que não posso? Comecei a fazer. Queria atingir um número grande de pessoas me assistindo e me conhecendo, e quando atingisse este objetivo eu começaria a focar na carreira solo, colocando minha identidade, sabe?"
"Mas dentro do cover sempre quis me diferenciar também, colocar uma identidade. Comecei a colocar beats, fazer versões em português e me diferenciar fazendo coisas novas e me destacando. E a partir disto, quando ganhei em 2017 o Prêmio Multishow com Melhor Cover, foi aí que vi que tinha atingido um lugar bacana e parei com os covers e comecei a me procurar como artista e me encontrar".
"Foi um processo, tem sido. A gente se reinventa e redescobre todo dia. Mas busquei minha sonoridade e o que eu queria passar como artista e tem sido assim até hoje", explicou. Quando questionada sobre ser um desafio estar no ramo artístico como mulher, ela respondeu: "Ser mulher, não só no ramo artístico, é sempre um desafio. A nossa sociedade é estruturalmente machista e feita para os homens, então, a mulher tenta se encaixar numa sociedade que não foi feita para ela. Isto está estruturalmente e inconscientemente na cabeça das pessoas como um todo."
"Sempre ser mulher é um desafio, mas é muito lindo a união que a gente vem construindo dentro da música e em todos os meios, e isto é uma das mensagens que gosto de passar. Reunidas, conseguimos fazer muito mais. Mulher é um ser divino". Luísa também falou sobre seu lado criativo. "Meu lado criativo, busco na música em geral. Na vida, na verdade, surge muito da minha vivência. Sou uma pessoa que externaliza muito o que vê, vive, e sente, então, minhas referências, como sou canceriana, vêm muito dos meus sentimentos."
Ela continuou: "Se eu estou sentindo raiva eu passo isso pelo beat, pela letra, pela música. Se estou feliz passo isso e é de acordo com isso que misturo tanto ritmos, música. É muito feeling. E as expressões deles são de acordo com o sentimento que estou sentindo e o que quero falar em cada música. Pego os instrumentos, harmonias, menor ou maior, de tudo o que imaginar. De todas as pessoas e ritmos, e transformo em música."
"Para mim, todas as minhas músicas me baseio nos meus sentimentos. Até nas músicas mais dançantes, é sempre de algo profundo que estou sentindo. Não tenho diretamente alguém musicalmente que me inspire diretamente, mas é de tudo um pouco, sabe? Anitta, Ariana Grande. Marília Mendonça, Pabllo, Etta James, Maria Betânia, Mariah Carey. Me inspiro em mulheres e no que a gente vive e sente. Independente do gênero", finalizou.
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