por Eduardo Graboski
Publicado em 18/02/2025, às 08h33
No ar há mais de um mês, o BBB 25 não emplacou. E isso não se deve a ausência de Boninho na direção, muito menos às dinâmicas e provas do programa. Nem mesmo ao formato de duplas.
A explicação vem de fora da casa. A maioria do elenco ali está com medo de cancelamento. E por isso, não se arrisca, não se posiciona e não se joga no reality. Vivem pensando no que o público imagina deles.
Alguns até tentaram criar polêmicas, deram opiniões sinceras, ensaiaram brigas e discussões. Tudo em vão. O elenco tenta ser equilibrado demais e isso se torna chato para quem assiste. Sem conflitos, não há repercussão. O público espera reviravoltas, discussões e posicionamentos firmes. E isso não aconteceu ainda.
A direção do programa até tentou salvar. Criou dinâmicas, recalculou a rota, inovou em provas, apostou em outra linha de edição, valorizou os poucos momentos acalorados entre os brothers. Tudo em vão. A produção praticamente implora por entretenimento de verdade.
Há quem diga que os confinados não entenderam o ‘recado’ de Tadeu e toda a produção para um jogo mais disputado, brigado e quente mesmo. Tenho outra tese: todos já compreenderam muito bem, mas não querem embarcar nisso. Não querem mergulhar de cabeça no jogo.
Todos ali estão com medo da rejeição, alimentando uma ilusão pós-reality de que vão agradar a todos assim que deixarem o BBB. E mais: que vão sair em alta com a política da boa vizinhança, fazendo a linha paz e amor, para faturar com marcas e publicidades. Repito, pura ilusão!
O fato é que seguindo no jogo morno, sem embate e personalidade, nenhum brother se destacará de fato a ponto de conquistar o público e as marcas. Falta autenticidade, falta visão e gana de jogar e vencer. Parece que entraram pensando só no que vão ganhar depois do reality. E será que vão ganhar algo?
Talvez porque a maioria ali já tenha topado o BBB com uma meta: conquistar fama, dinheiro e outras oportunidades pós-reality. E assim, deixam de viver o presente, não entregam o entretenimento que o público quer e se arriscam em um futuro muito incerto, para não dizer decepcionante.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.