Atriz afirmou que chegou a fazer dietas malucas e abusava em exercícios físicos
Redação Publicado em 22/03/2021, às 08h55
A atriz Gabriela Moreyra, que interpreta Aurora em 'Salve-se Quem Puder', fez um desabafo sobre padrões de beleza, comentou sobre representatividade e a importância de sua personagem na trama, que está de volta neste mês.
Em conversa com o Gshow, Gabriela explicou que demorou a abraçar sua própria beleza: "Sofri bastante com isso na minha adolescência. Durante muito tempo, fiquei presa aos padrões, principalmente em relação ao meu corpo. Cheguei a fazer dietas malucas e abusava nos exercícios físicos, que me causaram duas fraturas, por estresse, nas tíbias. Tive que parar de fazer dança, que sempre foi algo que amei muito."
Ela continuou: "Hoje, lido com isso de uma maneira muito mais leve e entendo que sentimos tudo isso por uma pressão estética da própria sociedade. Devemos nos aceitar como somos. É fundamental entender isso. Estou retornando as aulas de balé e isso tem me deixado muito feliz e realizada".
A atriz também foi entendendo seu próprio cabelo, aos poucos, durante o processo de autoconhecimento: "Hoje, eu amo, mas cuidar dos meus cachos nem sempre foi tarefa fácil. Aprendi a cuidar bem deles e percebi que, quanto mais eu cuido, mais ele me responde com carinho e cachinhos. Tem sido um processo bem importante para mim, principalmente para poder deixá-los naturais".
"Acho muito poderoso nos reconhecermos ao olhar nossa imagem, sem o peso dos padrões estéticos, e entendermos que a beleza é algo muito além do que apenas um reflexo no espelho". Gabriela afirma que representatividade é um tema importante na sua vida de artista. "Durante muito tempo, assistimos às novelas com um estereótipo formado sobre a mulher negra e isso vem mudando".
"Durante muito tempo, me ausentei do movimento por não entender e, hoje, sei que é extremamente necessário, principalmente no nosso país, que foi um país colonizado e com mais de 300 anos de escravidão. A dívida é muito grande e precisamos procurar entender mais sobre isso. Para mim, ser uma mulher negra é um compromisso, de saber e ter meu espaço alcançado, minha voz ouvida, e de inspirar outras mulheres."
"Eu não me enxergava como mulher preta e foi através de um trabalho, me aprofundando nos estudos, estudando meus antepassados, que entendi, que me enxerguei, e, aí, muitas coisas passaram a fazer mais sentido. Não foi um processo fácil, mas foi muito importante para a minha vida pessoal e profissional".
Gabriela celebrou a importância de sua personagem no contexto social e afirmou: "Ela vai trazer pioneirismo e representatividade ao falar sobre uma mulher negra que ocupa um lugar de destaque".
COLUNISTAS