Linda Evangelista se submeteu a um procedimento em 2016 que a deixou desfigurada
Redação Publicado em 16/02/2022, às 11h12 - Atualizado às 11h30
Linda Evangelista, uma das maiores modelos dos anos 90, falou abertamente sobre o procedimento estético ao qual se submeteu há seis anos e a deixou irreconhecível. A ex-top model deu uma longa entrevista para a revista "People" para comentar sobre o assunto, publicada nesta semana.
Evangelista fez o procedimento chamado CoolSculpting, para redução de gordura corporal. No entanto, sofreu um raro efeito colateral: as células de gordura aumentaram áreas de seu corpo ao invés de diminuir. Atualmente com 56 anos, ela convive com as sequelas da situação, chegando a se considerar "permanentemente deformada" e "brutalmente desfigurada".
"Adorei estar na passarela. Agora tenho medo de encontrar alguém que conheço. Eu não posso mais viver assim, me escondendo e com vergonha. Eu simplesmente não podia mais viver com essa dor. Estou disposta a finalmente falar. Não vou mais me esconder", relatou Evangelista na entrevista.
Ela relatou como começou a perceber que algo estava errado: três meses após o procedimento, notou protuberâncias em algumas regiões do corpo, como o queixo, coxas e região dos seios -- justamente as que ela queria diminuir. As áreas cresceram, endureceram e, por fim, ficaram dormentes.
"Tentei resolver sozinha, achando que estava fazendo algo errado. Cheguei a um ponto em que não estava comendo nada. Achei que estava enlouquecendo", relatou a ex-modelo, que afirmou que passou a intensificar os exercícios e a dieta restritiva na época.
Em junho de 2016, ela finalmente procurou um médico. "Eu estava chorando e disse: 'Não comi, estou morrendo de fome. O que estou fazendo de errado?'", disse Evangelista. Ela então descobriu o problema: uma hiperplasia adiposa paradoxal (HAP): "Ele me disse que nenhuma dieta ou exercício iria consertar isso", lamentou.
Na época, a empresa responsável pelo procedimento ofereceu pagar por uma lipoaspiração para a ex-modelo, como forma de reduzir os danos, mas ela se negou quando, na véspera da internação, os responsáveis pediram para que ela assinasse um acordo de confidencialidade. Então, decidiu pagar do seu próprio bolso. Um ano depois, ela fez outra lipoaspiração, ao notar o retorno das protuberâncias.
"Se eu andar sem cinto em um vestido, vou ter escoriações a ponto de quase sangrar. Porque não é como esfregar a gordura macia, é como esfregar a gordura dura", destacou Evangelista, que disse também que não consegue mais "colocar os braços ao longo do meu lado. Eu não acho que estilistas vão querer me vestir com isso".
Então, ela lamentou: "Eu não me olho mais no espelho. Não parece comigo".
Segundo Evangelista, seu processo agora é o de recuperar a sua própria identidade. "Por que sentimos a necessidade de fazer essas coisas (com os corpos)? Eu sempre soube que envelheceria. E sei que há coisas pelas quais um corpo passa. Mas eu simplesmente não achava que ficaria assim. Não me reconheço fisicamente, mas também não me reconheço mais como pessoa. Ela desapareceu", afirmou, referindo-se a si mesma.
Agora, sua esperança é ajudar outras pessoas que passaram pelo mesmo problema. "Espero poder me livrar de um pouco da vergonha e ajudar outras pessoas que estão na mesma situação que eu. Esse é o meu objetivo".
Na época em que fez o procedimento, Evangelista entrou com um processo contra a Zeltiq Aesthetics Inc., controladora do método, por US$ 50 milhões (R$ 258 milhões em cotação atual), alegando que não pôde mais trabalhar por conta do problema.
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