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Juliana Paes desabafa sobre crises após traumas e surto de ansiedade: "Procurei ajuda"

Juliana revelou que começou a fazer terapia há cerca de um ano

Atriz disse ter sido tomada por sensação de angústia, taquicardias e até labirintite - Reprodução/Instagram/@julianapaes
Atriz disse ter sido tomada por sensação de angústia, taquicardias e até labirintite - Reprodução/Instagram/@julianapaes

Redação Publicado em 18/08/2021, às 10h28

Juliana Paes fez um desabafo e falou sobre ter passado por fortes crises de ansiedade, há cerca de dois anos durante as gravações da trama A Dona Do Pedaço, quando teve sensações de angústia, taquicardia e labirintite durante as cenas. 

Em conversa com O Globo, a atriz diz que procurou ajuda e o diagnóstico apontou transtorno de estresse pós-traumático, causado por diversas experiências emocionais. Sua primeira experiência foi a perda da voz, em 2018, ao descobrir edemas e cistos nas cordas vocais. Já em 2019, sua cadela, que estava há 21 anos com Juliana, morreu afogada na piscina de casa. Na semana seguinte, seu tio mais próximo acabou falecendo.

Na sequência, um outro tio também faleceu. Ela relembra que sua família não a levou a sério quando disse que não estava bem: "Era como se eu não estivesse autorizada a ficar triste", contou. Juliana também falou que sua ansiedade se agravou após ter contraído Covid-19. Fazendo terapia, a atriz diz que as gravações da novela não a deixaram viver as perdas próximas. "Durante a "A dona do pedaço", comecei a sentir uma sensação de angústia, palpitações e crises de labirintite. Via tudo tontear em cena, com o texto na cabeça. Pedi ajuda, e um médico começou a me acompanhar."

Ela prosseguiu: "Como sou essa pessoa que está sempre rindo, alegre, o entorno não credibilizasse essas dores, como se eu não estivesse autorizada a ficar triste. Isso me atrapalhou muito nesse processo, até com a família". Ao procurar ajuda, ela teve o diagnóstico e começou a fazer terapia há cerca de um ano. "Entendi que tive um surto de ansiedade, depois, outras pequenas crises. Por lutos não vividos, estafa, o trauma com a voz, tudo que não digeri. E digerir é falar, né? A gente tem que poder falar sem ficar com vergonha. Chegar num ambiente de trabalho e dizer "hoje estou ansiosa, me ajuda?"".

"Quanto mais estamos acostumadas a segurar o rojão, mais somos solicitadas. E tudo bem. A gente só precisa poder falar. Não esqueço o dia em que estava com amigos e contei: "Essa noite não consegui dormir, senti palpitações". Todo mundo começou a dizer: "Também não estou bem", "já senti isso". Foi catártico. A gente se sente pertencendo", desabafou. Além da terapia, Juliana também faz atividades físicas e coisas que são prazerosas para ela, além de passar menos tempo nas redes sociais. Ela também iniciou cursos e assiste palestras. 

"Se pudesse, tinha dado uma desabilitada nas minhas redes. Mas hoje a gente trabalha com isso, mudou tudo, os contratos de publicidade já vem com isso, posts, stories, e gente fica um pouco refém", completou.