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Joaquim Lopes e Marcella Fogaça relembram drama no pós-parto das gêmeas: "Nasceram com 32 semanas"

Pietra e Sophia precisaram ficar na UTI por 27 dias

Casal passou os primeiros quatro dias ao lado das incubadoras onde as filhas estavam - Reprodução/Instagram
Casal passou os primeiros quatro dias ao lado das incubadoras onde as filhas estavam - Reprodução/Instagram

Redação Publicado em 29/04/2021, às 09h28

Pais das gêmeas Pietra e Sophia, Joaquim Lopes e Marcella Fogaça relembram o drama que passaram com as filhas no pós-parto e desabafaram sobre o que sentiram quando as duas precisaram ficar durante 27 na UTI após nascerem com 32 semanas. 

Em conversa com O Globo, Marcella passou por uma gravidez rara, chamada mono-mono e de risco (monocoriônica-monoamniótica, que representa 1% dos casos), já que as duas cresceram dentro de uma única bolsa e poderiam morrer se os cordões se entrelaçassem.  Nascidas com 32 semanas, as gêmeas precisaram ficar na UTI:

O casal passou os primeiros quatro dias ao lado das incubadoras onde as filhas estavam: "Só peguei as duas no colo no terceiro dia. Chorava olhando para cima para não molhar a máscara. No quinto dia, tivemos que ir embora, e deixá-las na maternidade. No estacionamento, desabei. Só não morri porque não posso mais morrer. Joaquim me olhava desesperado. Não há sentimento pior do que deitar na cama do seu quarto sabendo que as suas filhas estão no hospital". Os dois contam que fizeram um acordo de serem fortes por elas. Joaquim revelou:

"Quando eu era pequeno, sentia muito medo de avião. A turbulência e a claustrofobia me incomodavam muito. Tenho uma lembrança recorrente: o meu pai fazendo palavras cruzadas enquanto atravessávamos uma tempestade inacreditável. Ele me olhava por cima dos óculos de leitura com o semblante mais pacífico do mundo, dizendo que tudo ia ficar bem. E hoje estou nesse voo, onde as emoções se equilibram e ficam constantemente à flor da pele. Minhas filhas nasceram e, junto com elas, veio uma força infinita. Um otimismo e uma esperança de que tudo ia ficar bem, simplesmente porque agora não pode mais existir a outra opção."

Os dois voltaram ao hospital mais fortalecidos para poderem acompanhar a evolução das filhas: "Força é passar os primeiros dias de pós-parto com o corte profundo da cesárea e ficar o dia inteiro andando de um lado para o outro numa maternidade, em plena pandemia, tirando leite num lactário, chorando quando dá tempo, segurarando a onda de uma verdadeira revolução hormonal interna, administrando esse turbilhão na hora de amamentar as meninas para que elas não sintam nenhuma ansiedade ou tristeza."

"Voltar para casa durante esses 27 dias sem elas (e a dor lacerante que isso traz) e, ainda, repetir tudo no dia seguinte. Isso é força. Isso é inspirador. Isso é inatingível. Eu estava ao lado da Marcella em todos esses momentos", disse Joaquim. Marcella revelou que conversou com outras mães no berçário: "Juntas, comemorávamos cada graminha de peso conquistada por todos os nenéns. Não podíamos nos abraçar, mas vibramos, nos consolamos e choramos juntas. A maior razão de contar a nossa história é tentar passar esperança para todas as famílias que estão com seus filhos em uma UTI. Quando eu estava lá e ouvia histórias de sucesso, enchia meu coração de esperança. Quero honrar essas mães e dizer o quanto elas são incríveis."

"É como se todo mundo estivesse no mesmo barco. Todo mundo sentindo basicamente a mesma coisa. Muitos silêncios, porque o olhar já diz tudo. Toda vez que encontrava um pai no fim do dia, no final do horário de visita, ele me dizia: 'Mais um dia, menos um dia! Vamos com fé!'. E aquilo era muito reconfortante. Saber que um dia acabaria era uma das coisas que faziam com que continuássemos com firmeza", acrescentou Joaquim.

A tempo do mesversário, as gêmeas chegaram em casa no dia 15 de abril: "Fui dirigindo a três quilômetros por hora. Sem dúvida, foi o melhor dia da minha vida. Não teve nada que pudesse chegar perto daquela sensação de trazer minhas filhas para a casa delas. Ter acesso a elas o tempo todo. Pegá-las sem máscara. Beijar, sentir o cheirinho da cabeça. Toda vez que lembro daquele momento me emociono e sinto extremamente o que senti no dia. Lembro do sorriso entre as lágrimas da Marcella. Foi muito bonito", completou o ator. 

Nesta semana, a cantora revelou aos seguidores, em seu Instagram, um momento de confusão que acabou tendo com as filhas durante a amamentação. Na legenda dos stories, ela escreveu: "Vou confessar. Só não contem pra elas no futuro". Na sequência, ela comenta: "Amamentei. Quando fui pegar a outra criança, era a Pietra. Errei as crianças".