Dercy Gonçalves viveu durante 101 anos e marcou a dramaturgia brasileira
Redação Publicado em 16/12/2021, às 08h12 - Atualizado às 08h12
Lucy Freitas, sobrinha de Dercy Gonçalves, revela que a tia deixou código secreto para poder se comunicar após a morte, em entrevista à Quem. Lucy revelou diversas histórias inéditas da atriz no livro Minha Tia Dercy.
Lucy comenta sobre sua nova obra, que será lançada em janeiro de 2022: "Ela tinha 101 anos e eu não esperava que ela morresse tão cedo. Ela tinha uma saúde de ferro e nunca precisou de tomar remédio para nada, nem para pressão. Não sou escritora, mas sou atriz, dramaturga, escrevo peças e roteiros. E as pessoas começaram a me cobrar, porque convivi muito com minha tia e tenho muitas histórias curiosas ao lado dela", disse.
Lucy ainda revela que a artista chegou a deixar um código secreto com ela antes de morrer: "Minha tia já foi de tudo. Ela foi católica, macumbeira, mística, ateia. Um pouco antes de morrer, ela chegou para mim e disse: 'Eu quero combinar uma coisa com você, depois que eu morrer, não quero saber de ninguém me recebendo falando que mandei carta. Vou combinar uma frase que só eu você sabemos, se eu me comunicar, vou falar'."
"Já tem tantas cartas e coisas atribuídas a Dercy Gonçalves desde então, mas ninguém acertou a frase. Mas não critico, nem julgo a crença de ninguém", afirma. Inspirada na tia, Lucy iniciou sua carreira artística também cedo. "Ela era meu ídolo. Aos 3 anos, estava na coxia e ela em cena, fazendo a Dança das Camélias. E ela deu uma piscada para mim e lembro nitidamente e eu pensei: ‘É isso aí que eu quero ser’. Era uma imagem linda dela dançando como uma fada."
Lucy ainda conta que foi incentivada a escrever o livro por Maria Adelaide Amaral, autora da Globo: "Na época da minissérie Dercy de Verdade, a Maria Adelaide me solicitou para eu dar uma assessoria pra Heloísa Périssé estudar a personagem. Dei algumas dicas para ela de como era a Dercy fora dos palcos, para ela chegar o mais próximo o possível. E foi a própria Maria Adelaide que falou que as histórias que eu contava não estavam na biografia dela e eu devia escrever algo. Aí, eu fiquei amadurecendo a ideia."
"Tinha muita insegurança, porque nunca tinha escrito um livro, até que escrevi umas cinco páginas e mostrei para o meu amigo escritor Augusto Pessoa, que me encorajou", finalizou.
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