Atriz contou que separação foi tranquila, mas que sua personagem de 'Ti-Ti-Ti' a salvou
Redação Publicado em 21/05/2021, às 08h20
A atriz Cláudia Raia relembrou à coluna de Patrícia Kogut sua separação com o também ator Edson Celulari e revive sucesso de sua personagem em 'Ti-Ti-Ti', que está de volta ao ar na Globo.
Na época em que gravava a trama, Cláudia estava se separando do ex-marido: "Apesar de ser uma separação tranquila, porque de fato foi, nunca é fácil. E, assim como em "Verão 90", quando perdi minha mãe, a personagem me salvou. Pela primeira e única vez na vida, eu estava tomando antidepressivos, bem fraquinhos. Usei por nove meses. O médico achou que, com toda a situação, mais o fato de eu estar trabalhando muito, o remédio iria ajudar a encontrar um equilíbrio emocional", revela.
Ela prosseguiu: "E o que acontece é que você fica meio sem emoção, meio neutro, numa espécie de ponto morto. Isso para um atriz é muito ruim, um limbo. Fiquei com medo de não conseguir acessar com facilidade as emoções. E me lembro de uma cena que eu tinha com a Nicette, no cenário da casa do Jacques, que eu entrava às gargalhadas, falando absurdos, e depois caía em prantos. Li e pensei: "Meu Deus, como vou resolver isso?". Fiquei preocupada e, quando cheguei e comecei a ensaiar, a Nicette percebeu e me perguntou: "O que foi, filha?"."
"Expliquei minha aflição e ela me acalmou: "As emoções estão num único lugar, dentro de você. Só você sabe fazer essa personagem. É sua, você que construiu. E muito bem, inclusive. Você vai acertar, e a emoção vai vir". Aquilo me deu uma calma. Ela falou o que eu precisava ouvir. A cena foi ótima. A emoção veio num momento diferente, mas ficou incrível, mais inusitado ainda. Sempre me lembro desse momento que vivia em "Ti-ti-ti". Eu tentando me segurar, segurar a onda dos meus filhos nesse processo de separação. Foi um momento difícil, mas passou."
Podendo assistir novamente Jaqueline na novela, a atriz garante: "Todo mundo fala dela nos lugares aonde vou e também no Instagram. Escuto muito: "Ela é hilária, estou me divertindo". Jaqueline é mesmo uma personagem marcante. E a novela fala de moda, é atual e chique até hoje, mesmo dez anos depois. Na verdade, fala do melhor e do pior do ser humano. A briga dos dois protagonistas é algo que a gente olha e identifica na vida real."
"Esse tipo de rivalidade, de um querendo passar a perna no outro, é inesgotável. Mas ali é mostrado com humor. E fica tão leve, tão gostoso. Foi uma novela que fez diferença lá atrás e faz a diferença agora novamente". Ela ainda disse que também se diverte ao relembrar os gestos engraçados e situações absurdas de sua personagem: "Fiz coisas inaceitáveis. Fico olhando e penso: "O que é isso?". Um diretor - Jorge Fernando - com quem você tem toda a intimidade do mundo te dá a possibilidade fazer qualquer coisa, de A a Z."
Cláudia complementou afirmando que pretende lançar a continuação de sua fotobiografia 'Raia' e da biografia 'Sempre Raia um Novo Dia': "O segundo ato eu quero contar mais para frente, porque eu realmente tenho muita coisa para viver ainda. Ou seja, está em curso. Eu sempre penso que o segundo ato é melhor do que o primeiro."
Em entrevista recente à Quem, ela contou que o papel na novela de Silvio de Abreu, no qual viveu Tancinha em Sassaricando (1987) a ajudou a ganhar o reconhecimento do público. Ao relembrar o folhetim ― que em breve estará disponível no Globoplay ―, a atriz disse que a personagem a ajudou a ser “pé no chão” e a não ficar deslumbrada com a fama.
COLUNISTAS
Danni Cardillo
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