Listamos os 5 motivos para você ir assistir Rocketman, cinebiografia de Elton John que estreia amanhã, 30 de maio, nos cinemas brasileiros.
Redação Publicado em 29/05/2019, às 07h13 - Atualizado às 10h17
Elton John teve uma vida cheia de altos e baixos. Ao mesmo tempo em que se tornou uma das maiores lendas da música, também sofreu com depressão, abuso de drogas e álcool e relacionamentos abusivos.
Sua vida é contada em “Rocketman”, um filme brilhante e que retrata os demônios do cantor e pianista com delicadeza e sem rodeios. Nós, do CENAPOP, já vimos o filme, que foi produzido pela Paramount Pictures e podemos atestar: é uma obra fantástica.
No entanto, ainda sofrendo a ressaca de Bohemian Rhapsody, que ganhou 4 Oscars na última edição do prêmio mas sofreu com intensas críticas de ser uma produção “chapa-branca”, que esconde a vida real que Freddie Mercury levou antes de morrer em 1991, o público pode se sentir não muito animado para ir ao cinema e assistir a um longa que conta a vida de alguém que está vivo – e dando pitaco na produção.
Por esse motivo, listamos abaixo 5 motivos para você ir assistir Rocketman, que estreia amanhã, 30 de maio, nos cinemas brasileiros. Spoiler: todos as razões abaixo são extremamente positivas, considerando que o filme é realmente sensacional! Veja:
O maior medo de uma produção falar da vida de alguém vivo é que essa pessoa interfira de modo prejudicial no andamento da história. Muitos têm medo de verem partes constrangedoras de sua trajetória sendo retratada nas telas. Brian May e Roger Taylor, do Queen, fizeram uma espécie de higienização da história de Mercury, para não expor as partes mais pesadas de sua biografia.
Em Rocketman, no entanto, Elton John fez questão de aprovar todas as sequências, até mesmo as que são recheadas de sexo e drogas. O artista lutou contra a dependência de álcool e diversas drogas durante toda a sua vida, e se orgulha de sua história – ela fez com que ele se tornasse o artista que é. Por isso, ele não vetou nenhum trecho, deu assistência para os roteiristas dando detalhes importantes e isso transforma o longa em uma obra gigantesca, em que se conhece os vários lados de Elton (e da fama).
5 motivos para assistir Rocketman, a cinebiografia de Elton John – Foto: Reprodução/Paramount Pictures
Rocketman não segue os paradigmas conhecidos para uma cinebiografia. Ao invés do esquema “começo, meio e fim”, o longa mistura as linhas temporais, contando a história de Elton John conforme ele vai se lembrando durante uma reunião dos Alcoólicos Anônimos, que dá início ao filme. É uma forma não convencional de mostrar uma história tão cheia de nuances, e que agrada por nunca deixar o espectador confuso.
O diretor Dexter Fletcher misturou diversos gêneros para montar Rocketman: o filme pode ser categorizado como drama, musical, romance e até mesmo fantasia surrealista. Isso porque muitas sequências são reimaginadas, como se fossem passadas mesmo dentro da cabeça de Elton, gerando sequências memoráveis e muito bem dirigidas.
Para interpretar Elton John, era preciso um ator que conseguisse capturar a essência do artista, ao mesmo tempo em que pudesse interpretá-lo com as diversas camadas de personalidade que o papel exige. Taron Egerton, egresso do cinema de ação – ele é a estrela dos dois primeiros Kingsman – faz aqui a interpretação de uma vida, incorporando Elton de uma forma sobrenatural, além de fazer questão de interpretar as músicas com sua própria voz, sem dublagem. Com certeza será lembrado nas premiações do ano que vem.
Seu trabalho no filme é fantástico, vários graus acima do que fez Rami Malek, vencedor do Oscar de Melhor Ator neste ano pela biografia de Freddie Mercury. Enquanto este fez um bom trabalho, mas que transita entre a seriedade e a caricatura, Egerton simplesmente capta não só a personalidade do cantor e pianista, mas também demonstra suas inseguranças com absoluta perfeição. A boa notícia é que não é só ele quem brilha em Rocketman: Richard Madden, interpretando o inescrupuloso empresário John Reid, e Jamie Bell no papel do fiel letrista Bernie Taupin, também dão um show.
5 motivos para assistir Rocketman, a cinebiografia de Elton John – Foto: Reprodução/Paramount Pictures
Um dos grandes destaques de Rocketman, além das atuações fantásticas, é o figurino que reproduz com exatidão toda a extravagância de um Elton John extasiado nos anos 70. As roupas e fantasias que o cantor usava em seus shows são mostradas aqui praticamente sem alterações, revelando a novas gerações a irreverência e a coragem do artista em enfrentar os tabus da época.
Julian Day, a figurinista responsável pelo filme, fez uma extensa pesquisa no acervo do próprio Elton John para recriar, com máxima fidelidade, as roupas utilizadas por ele nas principais passagens de sua carreira, como o icônico show no Madison Square Garden, em Nova York, por exemplo.
Além de tudo isso, Rocketman também é agraciado com uma técnica impecável. A fotografia, que ficou a cargo de George Richmond, consegue transitar bem entre as fases de Elton: sempre muito colorido durante os momentos de festa e alegria, e granulada e acinzentada durante os momentos mais tensos. Além do mais, os efeitos especiais – sim, eles são necessários durante o filme – são usados de forma bastante discreta, mas muito efetiva.
A direção de arte, a cargo de Sophie Bridgman, Steve Carter, Emily Norris, Astrid Sieben e Alice Walker retrata os anos 70 à quase perfeição. Rocketman permite que nós, espectadores, mergulhemos na década de ouro da música pop, onde Elton reinou absoluto.
Rocketman é, portanto, uma das melhores biografias já realizadas até o momento. Tecnicamente e tematicamente é muito superior a qualquer obra semelhante, e que pode agradar a fãs do cantor e também a espectadores que não conhecem nada sobre a vida e a obra brilhante de Elton John.
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