Amigos desde a novela 'Olho no Olho', dos anos 90, eles não contracenaram juntos há 13 anos
Redação Publicado em 31/05/2021, às 09h40
Os atores Rodrigo Santoro e Selton Mello voltarão a contracenar juntos após 13 anos na nova temporada de 'Sessão de Terapia', do Globoplay, que estréia na próxima sexta-feira (04/06).
Rodrigo e Selton são amigos desde que contracenaram na novela dos anos 90, 'Olho no Olho'. Nos bastidores da série, escrita por Jaqueline Vargas e dirigida pelo próprio Selton, os dois conversaram durante as gravações. Em conversa com O Globo, o ator comentou sobre como foi o reencontro com Rodrigo no set: "É um amigo de 30 anos, desde que a gente fez a novela "Olho no olho", em 1993, quando tivemos uma conexão imediata. Temos muita coisa em comum. E continuamos nos acompanhando, nos identificando."
Ele prosseguiu: "Acho linda e corajosa a trajetória dele lá fora, foi desbravar, que é uma coisa difícil. Já colocam o label de "latino", tem a dificuldade da língua, a saudade daqui. Desde a novela a gente não tinha um encontro grande. A pandemia nos permitiu que ele fizesse, porque estava aqui, perto da família. Foi um encontro lindo com ele, que também faz terapia e sabe da importância dela."
"Para o público, também tem essa brincadeira: são dois terapeutas, dois atores que são amigos e não se encontravam há muito tempo. Tem uma beleza e variadas leituras desse encontro", disse. Ele também falou sobre estrear a série durante pandemia da Covid-19: "Está todo mundo muito abalado emocionalmente. A gente nunca precisou tanto de terapia. E a série tem um papel muito importante. Sempre a enxerguei como uma chance rara de fazer uma ficção que, ao mesmo tempo, ajuda as pessoas. Elas identificam parentes, se veem nos personagens e entendem que precisam de ajuda."
"Mostrar o terapeuta vulnerável, com suas questões, também humaniza. Acho que se eu fizesse algo fora das artes seria psicologia, é fascinante. Sonho com o dia em que a série passe na TV aberta, acho que faria um bem enorme para muito mais gente". Selton também falou sobre as questões que a pandemia lhe trouxe e que vem trabalhando em sua terapia: "O horizonte incerto, o medo da doença, o medo de perder alguém próximo, de perder a sanidade mental, a tristeza que paira sobre tudo."
"Para mim, fazer terapia nesse momento foi fundamental e também diferente, porque foi a primeira vez que eu fiz on-line. Não senti tanta diferença, mas ouvi relatos de pessoas que ficaram até mais à vontade por estar em casa. A série ajuda a desmistificar esse preconceito de que terapia é coisa para maluco, para quem perdeu. Não, a terapia é para quem está bem são e com muita noção de que precisa se conhecer, vasculhar suas coisas, se compreender melhor. É uma mistura bonita porque tem tudo isso e tem a arte, que é o que mais me comove e me move", afirma.
Além de falar sobre Rodrigo, o ator também falou sobre ter elogiado Juliette Freire, campeã do BBB 21: "Juliette causou encantamento por ser uma espécie de arquétipo da heroína das fábulas: a enjeitada, a que era deixada de lado, ignorada, e o público se identificou. Uma heroína possível, uma mulher paraibana, forte quando precisava, doce ao não revidar com ódio, o ódio que despejavam nela. Me identifiquei também. Hoje em dia, a gente se fala, dei alguns conselhos pra ela por ter passado por tantas nesses 40 anos de carreira."
"Acho que ela precisa de tempo para maturar tudo o que aconteceu, essa pressão de agora. Mas ela é sagaz, inteligente e, em breve, vai desfilar com desenvoltura por esse fenômeno que se transformou. Sobre shippar, eu acho engraçado, faz parte dos nossos tempos", completou.
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