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Maya Massafera, feminização facial e a nova fronteira das cirurgias de contorno: como o recontorno mandibular se tornou um dos procedimentos mais procurados em transições estéticas no Brasil

Maya Massafera, feminização facial e a nova fronteira das cirurgias de contorno: como o recontorno mandibular se tornou um dos procedimentos mais procurados em transições estéticas no Brasil - Reprodução Instagram
Maya Massafera, feminização facial e a nova fronteira das cirurgias de contorno: como o recontorno mandibular se tornou um dos procedimentos mais procurados em transições estéticas no Brasil - Reprodução Instagram
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por Mundo Pop

Publicado em 16/12/2025, às 07h16

Depois de meses afastada por complicações de procedimentos anteriores, Maya Massafera voltou a falar publicamente sobre sua jornada de feminização facial — e a mais recente intervenção, realizada há poucos dias, reacendeu o debate sobre cirurgias que buscam harmonizar forma, identidade e autoestima.
A influenciadora passou por uma cirurgia de recontorno mandibular, também chamada de V-line, técnica usada para suavizar a linha do queixo e do ângulo da mandíbula, região que costuma carregar características consideradas mais marcantes no padrão masculino facial.
O procedimento, realizado pelo cirurgião bucomaxilofacial Rodrigo Fromer, teve como objetivo corrigir assimetrias e incômodos estruturais decorrentes de cirurgias anteriores, além de tratar flacidez e perda muscular na região do mento.

“Foi uma cirurgia desafiadora”

Segundo o médico, a nova intervenção exigiu planejamento detalhado.
“Foi uma cirurgia desafiadora, especialmente por já existirem duas intervenções na região. Nosso principal trabalho no pré-operatório foi alinhar expectativas, já que ela também tinha perda de tonicidade muscular, ptose labial e tecidual, algo mais difícil de corrigir”, afirma Dr. Fromer.
A técnica utilizada combinou recontorno ósseo com guias 3D ,tecnologia ultrassônica  e suspensão de tecidos moles, abordagem que permite remodelar o queixo, redefinir ângulo mandibular e suavizar o contorno facial.
Todo o procedimento foi planejado com simulação virtual, permitindo prever cenários reais de resultado e apresentar à paciente o grau de correção possível — ponto fundamental em casos já operados.

O que é feminização facial e por que o contorno inferior é tão decisivo

A cirurgia de feminização facial consiste em um conjunto de técnicas capaz de tornar proporções e ângulos mais alinhados ao fenótipo feminino.
Embora a testa, o nariz e o lábio superior sejam regiões frequentemente abordadas, o terço inferior da face é considerado um dos elementos mais decisivos para a identidade de gênero: é nele que se concentram projeção do mento, formato do queixo, ângulo mandibular e direção das linhas do contorno.
Em sociedades visuais e conectadas, como a brasileira, a busca por intervenções mais tecnológicas e duradouros vem crescendo entre pessoas em transição de gênero e também entre pacientes que desejam apenas traços mais delicados, sem alterar a estrutura central do rosto.

Recuperação concluída e resultado em evolução

Maya já está plenamente liberada da fase inicial de pós-operatório, segundo o especialista. Após aproximadamente 15 dias, o edema está em redução e uma pequena infecção inicial foi tratada com antibiótico sem impacto no prognóstico.
“O edema está reduzindo bem e ela já está pronta. Agora, a tendência é só melhorar: os tecidos vão se assentando e o resultado fica cada vez mais evidente”, explica o cirurgião.
Os efeitos finais devem ser observados em torno de seis meses, quando os tecidos alcançam sua acomodação definitiva.

Tecnologia, precisão e limites

O uso de modelagem virtual e cirurgia guiada tem impulsionado o crescimento de procedimentos avançados de contorno. Mas, entre especialistas, há consenso de que os limites precisam ser discutidos junto ao paciente, especialmente em indivíduos com histórico cirúrgico complexo.
No caso de Maya, a consolidação do resultado dependerá de fatores biológicos, cicatrização e resposta muscular, parâmetros que não podem ser totalmente previstos, mesmo com planejamento tridimensional.

Identidade, imagem e saúde

A história de Maya Massafera abre espaço para examinar a transformação de procedimentos faciais no Brasil. Eles deixaram de ser apenas correções pontuais para fazer parte de caminhos de afirmação física, emocional e social.
Enquanto a medicina avança em técnicas cada vez mais precisas, a discussão pública também amadurece: o que significa “feminizar” uma face? Até onde a intervenção cirúrgica pode atender expectativas profundas de identidade?
Perguntas que encontram, na cirurgia de Maya, um novo capítulo, e que também contribuem para ampliar o diálogo sobre saúde, autoestima e diversidade em um país que figura entre os que mais realizam procedimentos estéticos no mundo.