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Suzana Pires lança novo filme e fala sobre empoderamento: "Já nasci feminista"

De Perto Dela Não é Normal, longa recém-lançado é o primeiro produzido com base na Cláusula de Inclusão

O filme mostra sobre as aventuras de seu processo de empoderamento feminino e ganhou um clipe interpretado pela cantora e guitarrista Anna Tréa - Reprodução/Instagram
O filme mostra sobre as aventuras de seu processo de empoderamento feminino e ganhou um clipe interpretado pela cantora e guitarrista Anna Tréa - Reprodução/Instagram

Redação Publicado em 18/11/2020, às 10h45

Em entrevista ao Gshow, a atriz Suzana Pires, que lançou novo filme sobre empoderamento feminino, disse que é importante tratar do tema nos cinemas, mesmo que seja de forma divertida e leve para que outras mulheres se reconheçam no enredo. 

"Para uma mulher é muito fácil 'se anular', se colocar em terceiro lugar na própria vida e priorizar todas as outras pessoas à sua volta. Somos criadas com esses valores, mas pagamos um preço alto demais. Suzie acreditava que deveria fazer o que estava programado para ela, agradando a todos e não olhando para seus próprios desejos, só se deu a liberdade de traçar seu próprio caminho e fazer suas próprias escolhas depois que as filhas já estavam com 20 anos", comentou a atriz. 

Suzana garantiu que o trabalho já vem inspirando outras mulheres: "As mensagens que recebo me fazem chorar e agradecer pela oportunidade de fazer este filme. O que elas mais me relatam: 'eu estava dormindo e, depois do filme, acordei'. Esse era meu objetivo". 

A atriz, que é comprometida com a causa feminista em sua vida e carreira, conta que a Tia Suely, personagem interpretada por ela, representa seu alter ego na história e conta que sua luta pela igualdade de gênero já vem de antes: "Sempre fui livre, fiz minhas escolhas, levo minha vida como quero. A Suzie é o que poderia ter sido da minha vida se eu não fosse insuportavelmente teimosa em fazer as coisas do meu jeitinho". 

Ela também comentou que já nasceu feminista: "Já nasci feminista. Quando meus pais perceberam isso, me deram livros e disseram: ‘se você quer ter essa postura, precisa estudar e entender a história da permissão que você hoje tem de ser do jeito que quer’. Aí eu devorei Simone de Beauvoir, Angela Davis e minha mãe e minha irmã, que são minhas grandes inspirações". 

O filme De Perto Ela Não é Normal, é o primeiro filme brasileiro a ser produzido com base na Cláusula de Inclusão, medida no qual determina a diversidade de gênero, racial e portadores de deficiência, tanto no elenco quando na equipe técnica. Suzana revelou que já vinha realizando a inclusão em todas as equipes que poderia formar: "Mas a Cláusula é importante porque formaliza e ensina como fazer essa inclusão. Utilizamos cinco templates: inversão de símbolos dos atores negros em seus personagens, mostrando-os em lugares de poder, com naturalidade; mais da metade da equipe composta por mulheres; escalação do elenco com diversas etnias e sexualidades para compor o espelho da sociedade; apresentação de dois talentos femininos em posições-chave dentro do mercado audiovisual; e utilização de musicistas mulheres na composição da trilha". 

A atriz também é idealizadora do Instituto Dona de Si, no qual o objetivo é impulsionar talentos femininos em diferentes áreas. Ela disse que decidiu criar o projeto após diverses experiências como líder em que ela pode sentir na pele a dificuldade que é isso para uma mulher: "E também por ter percebido a quantidade de talentos femininos que chegavam num ponto em suas carreiras onde era praticamente 'proibido' crescerem mais. Nosso principal objetivo é oferecer a formação na 'Jornada Transformadora Dona de Si', onde elas reeducam sua segurança, autoestima, coragem e aprendem a ser empreendedoras de si mesmas, com aulas de plano de negócio, financeiro, parceria, negociação, inteligência emocional etc". 

Desde outubro de 2018, já foram aceleradas mais de mil mulheres no Instituto, para que elas tenham dinheiro trabalhando com o que amam. O Instituto forma mulheres líderes de sua própria vida. 

Suzana, que possui carreira sólida e é uma das principais vozes do feminismo no Brasil, disse que hoje são as conquistas coletivas que movem seus anseios, que não consegue mais ter sonhos particulares e o Instituto mudou isso: "O que sonho agora é coletivo, envolve todas as mulheres. Eu sonho, e estou trabalhando, para que nós mulheres possamos abrir nossos negócios e termos nossas carreiras sem as abandonarmos".