Cantora falou sobre medo do preconceito e seu processo de autoaceitação
Redação Publicado em 19/07/2021, às 09h50
A cantora Paula Mattos falou sobre assumir sua orientação sexual, em conversa com a Quem, e comentou sobre medo do preconceito e seu processo de autoaceitação.
Paula conta que já vinha se preparando para o momento: "Estou me sentindo mais livre, mais madura. O que me fez ter coragem foi no dia da gravação do clipe, quando vi a Lívia e a Evie, elas se tratando com tanto amor e carinho. Não fazia sentido eu lançar um clipe desse e não contar minha história". A sertaneja passou por um longo processo de autoaceitação, afirmando que não teve apoio e o acolhimento de sua família em casa: "Na minha adolescência passei por vários processos de aceitação, de não entender porque eu estava sentindo aquilo, a atração por uma mulher."
Ela prosseguiu: "'Estou fazendo algo errado? Estou pecando?'. Eu passei por vários conflitos tentando me encontrar, me aceitar. Hoje sou muito feliz, nunca tive vergonha de mim mesma. Aos 18 anos, eu já não estava aguentando mais, eu estava namorando uma menina e fui contar para ela. Ela chorou muito, foi mais uma negação naquele momento. Como se eu tivesse feito algo de errado. Por isso demorei para me assumir e aceitar. A terapia também me ajudou muito a ter coragem de contar isso para o Brasil", disse.
Ela não decidiu revelar a identidade de sua mulher, com quem já está há cerca de nove anos, para poder manter a privacidade de seu relacionamento: "Nove anos, é uma vida! O segredo de um relacionamento duradouro como o meu é a compreensão, a conversa, falar o que está sentindo, ser o mais transparente possível. Vão ter dias em que um não vai estar bem, o outro está ali para segurar a mão. Não ir acumulando, segurando. Quando você explode, talvez não tenha como consertar. O diálogo é o segredo de tudo."
As duas planejam ter filhos e Paula afirma que elas ainda possuem muitos sonhos para realizar: "Temos vontade de ter filhos. Já estamos vendo algumas possibilidades, mas tudo com calma e pé no chão". A cantora ainda foi questionada sobre o medo de que o prconceito possa acabar interferindo em seu trabalho, garantindo receber o apoio dos fãs e também de contratantes dos shows, com quem tem trabalhado há anos:
"O medo sempre existe. Ainda mais quando você fala que ainda existe muito preconceito. Infelizmente, ainda existe. Eu acredito muito no respeito. Está sendo positivo, estou recebendo mensagens de carinho, de apoio. Até dos contratantes. Sua orientação sexual não descredibiliza seu talento, trabalho e competência", completou.