Pablo Morais estreou no elenco de Além da Ilusão nesta semana
Redação Publicado em 07/03/2022, às 09h07
Estreando no elenco de Além da Ilusão nesta semana, o ator Pablo Morais relembrou sua infância difícil e revelou que nasceu com apenas 6 meses, após sua mãe sofrer violência doméstica.
Em conversa com a coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo, Pablo reflete sobre a história da trama, que acontece entre os anos 1930 e 1940. Nela, as personagens femininas têm posturas revolucionárias, como Arminda (Caroline Dallarosa), que passará por transformações ao longo do enredo. Ele classifica a novela:
"É atual porque as mulheres sempre foram potentes e fortes, mesmo quando o mundo não permitia que fossem assim. É um privilégio contar essa história que mostra que as mulheres sempre estiveram ali, o mundo é que precisou mudar para ficar no mesmo nível delas. Acredito que hoje estamos caminhando para isso. A força do parto, a força da mãe, a força da alma sempre estiveram presentes, e isso é importante ser falado e mostrado". O artista lembra, ainda, que sua mãe precisou superar adversidades para poder sustentar quatro filhos e sobreviver.
Ele relata que nasceu com apenas 6 meses, de parto prematuro, após ela sofrer violência doméstica do então marido, lesionando o baço: "á trabalho há muitos anos como ator e sou uma pessoa pública. Mas só hoje, depois de muita análise, estou começando a falar disso. A gente precisa começar a mostrar esses exemplos para as pessoas. Minha mãe foi criada num orfanato, sustentou os filhos, sozinha, e sofreu essa violência quando eu, o caçula, nasci. Meu pai nunca aparecia e, quando aparecia, era assim. Ela tirou a gente de perto dele e foi realmente uma batalha para sobreviver. Ela vendia pastel em feira e limpava hospital para sustentar quatro homens."
O ator prosseguiu: "Hoje, entendo a importância de falar disso e mostrar a força dessa mulher para as pessoas que vêm de lugares como os que cresci, na periferia de Goiás, rodeado de crime e muita desigualdade. E mesmo assim essa mulher teve a percepção de que a arte poderia nos salvar, me colocou desde criança para fazer aula de tecido, de balé. Devo tudo a ela. A força dela me fez ser o que sou hoje". Ele afirma que a dedicação da matriarca o levaram ao sucesso profissional. "
É doido, porque o que a gente chama de favela aqui no Rio é luxo em comparação com a invasão onde morei. Hoje, ela morre de orgulho de mim e tem a casa dela, o carro dela... Dignidade, né?", finalizou Pablo.