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Mariana Lima desabafa ao relembrar de remédios e drogas: "Tenho um pé grande na depressão"

Mariana revelou que nunca foi adicta mas que gostava de experimentar tudo

Atriz disse que seus pais sempre foram lúcidos, compreensivos e a ajudaram muito - Reprodução/Instagram
Atriz disse que seus pais sempre foram lúcidos, compreensivos e a ajudaram muito - Reprodução/Instagram

Redação Publicado em 28/04/2021, às 10h09

A atriz Mariana Lima fez um desabafo ao relembrar o uso de remédios e drogas, em conversa com O Globo, e a atriz Andréa Beltrão a ajudou a salvar sua vida, afirmando ter um pé grande na depressão e melancolia. 

Mariana falou sobre a série 'Onde Está meu Coração', que conta a história de uma personagem dependente de crack, e falou sobre a importância de levar o assunto para a TV: "A gente se conecta com esse assunto através de notícias sobre usuários de crack sendo tirados dos lugares. A gente se envolve, mas pensa: "Isso não tem nada a ver comigo". Uma operação que o George Moura faz na série é obrigar a classe média, que é o caso da família retratada, a participar disso. O assunto passa a ser nosso, e já deveria ser há muito tempo. É saúde pública."

"A nossa hipocrisia em relação às drogas faz uma hierarquia: álcool pode, maconha pode, cocaína é aquela coisa "ah, conheço uma pessoa", mas craque? É como se quebrasse um paradigma social. A gente conheceu uma família cuja filha ficou quase cinco anos nessa. Fugia com o carro e vendia, era encontrada três dias depois com a mesma roupa. Os pais, compreensivos, a acolhiam. A série fala de adicção, mas no fundo, fala desse campo de afeto familiar e social que pode acolher essas pessoas. De como as famílias ficam quebradas. E a Luísa Lima teve coragem de nos filmar num estado de tristeza muito profundo."

Ao falar das filhas, Mariana afirma ter sido uma jovem rebelde: "Tipo drogas, tudo. Com 16 anos, já estava na vida. Mas nunca fui adicta de nada. Gostava de experimentar tudo. Meus pais sempre foram lúcidos, compreensivos e me ajudaram muito. Mas eu tinha um drive de ir fazendo as experiências. Desde viajar sozinha pro México, Colômbia, me perder no deserto, com uma mochila, para tomar peiote. Era uma avidez por experimentar e ficar exposta. Mas nunca fui viciada em nada. Sou viciada em café, tabaco, vícios que a gente aprende a dominar."

Ela prosseguiu: "Hoje, faço exercício, sou mais saudável. Minha geração era aquela de São Paulo nos anos 1990, né". Questionada sobre se sua experiência a ajudou a se aproximar da personagem de Leticia Colin, ela afirma: "Bastante. Nunca cheguei perto do estado avançado em que a personagem chega, o mais perigoso da droga, que é o do auto-abandono. Quando a gente abre mão de tudo em nome daquilo, perde a identidade. Você não importa, sua família, seus amigos. Isso pode acontecer em várias instâncias, inclusive com religião. A pessoa fica tão fascinada que perde a si próprio."

"Esse é um perigo que enfrentei, que todos enfrentam com qualquer tipo de droga. Inclusive o álcool, que é totalmente aceito e liberado. Tenho familiares e amigos que se perderam radicalmente. É uma droga tão pesada e perigosa como o crack". Mariana se diz totalmente a favor da descriminalização das drogas: "Nossa situação carcerária é intolerável, não tem mais parâmetro nas sociedades que encararam isso como uma situação de saúde pública. Pessoas são presas e sofrem por porte de pequenas quantidades de maconha em vez de serem tratadas, reinseridas na sociedade. Médicos, políticos, pessoas capacitadas falam isso."

"Fora a potência da indústria da maconha para tratar várias doenças. Tenho amigas com filhos esquizofrênicos que estão sendo ajudados pela maconha. Tem tanta coisa para resolver no Brasil. Mas essa é uma questão séria". Ao falar sobre estar perto dos 50 anos, ela garante que essa é sua melhor época do que a chegada dos 40 quando ficou em crise: "Senti que minha potência de vida estava diminuindo, fiquei muito aflita. Não era só pele, cabelo, era uma baixa de libido. Passei a tratar disso na terapia, fui numa médica ortomolecular para balancear a baixa de testosterona. Aí, você negocia se toma alguma coisa, se passa creme."

"Com 45, tive uma quedona. Fiquei deprimida, triste, cansada. Agora, sinto que estou melhor. Estou chegando aos 50 com saúde, libido de novo, vontade de namorar, transar, estar com as pessoas. Acho que a medicina é uma ajuda nessa fase porque é uma descida de morro que vou te falar". Ela também lamentou sobre a pré-menopausa: "Está rolando uma pré-menopausa e estou entendendo que ela é um limbo talvez pior que a menopausa em si. É foda. Tomo umas vitaminas que têm me ajudado. Estou mais saudável com bebida, com tudo. Durmo e cordo cedo. Descobri há pouco tempo o mar. Andréa Beltrão me levou para nadar em Copacabana e ajudou a salvar minha vida", admitiu.

Ela prosseguiu: "Porque tenho um pé grande na depressão, na melancolia, é uma questão de família. A vida inteira tive que trabalhar a minha tendência à depressão, que nessa pré-menopausa aumentou como tudo. Aí, veio a pandemia e não tem nem onde sair para dançar. Danço na sala com as minhas filhas", completou a atriz.