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Gusttavo Lima revela que quase desistiu de cantar

Cantor falou sobre sua infância pobre

O cantor Gusttavo Lima - Reprodução/Instagram@gusttavolima
O cantor Gusttavo Lima - Reprodução/Instagram@gusttavolima

Redação Publicado em 04/06/2021, às 15h05

Gusttavo Lima participou de uma entrevista com Léo Dias nesta quinta-feira (4) e relembrou sua infância pobre e um momento em sua carreira no qual quase desistiu de cantar.

Ele diz que perdeu a casa enquanto ainda era criança: "A gente morou três meses debaixo de um pé de manga. Minha casa pegou fogo. Meu irmão botou fogo brincando. Não tinha energia elétrica, não tinha luz, era lamparina, que você colocava querosene, um pavio e colocava o fogo ali e iluminava a casa inteira a noite toda. Não tinha geladeira. Não tinha fogão. Era fogão à lenha".

Ele continua: "A carne que a gente comia ficava em uma lata, era carne de porco conservada na manteiga do porco que meu pai trabalhava para comprar e minha mãe colocava um pedacinho no prato de cada um porque se colocasse a mais não dava porque era menino demais. Oito filhos! Era menino para dar com o pau".

Sobre o incêndio, ele disse: "Chegou a lamparina [e ele brincou com fogo] e a parede era de madeira com barro. Mas minha mãe sempre foi muito asseada, cuidadosa. Era uma casinha simples, mas muito asseada e certinha. Foi uma infância difícil, mas feliz. Hoje só tenho gratidão! Em 2014 eu quebrei. Depois de já ser um sucesso nacional, naquele momento também já internacional... Morei de aluguel".

Ele falou sobre perdas: "Perdi minha irmã em 2012 e a minha mãe em 2015. Foi uma porrada atrás da outra. Quando eu estava fazendo de 30 a 32 shows por mês, estava no interior de São Paulo fazendo show, o telefone toca às duas da manhã. E eu sempre durmo muito tarde. Peguei no sono e meu irmão que trabalhava comigo na época ligou e falou: 'Gustavo, levanta aí que preciso conversar com você. A Luciana, nossa irmã, acabou de falecer'. Fiquei sem reação, sem saber o que fazia. Estava fazendo 30 shows por mês e nem sabia o que estava vivendo porque era praticamente um boneco. Me colocavam em cima do palco e eu cantava. Eu não tinha nem noção de nada e comecei a ver as coisas de uma forma diferente".

Ele diz que os dois eram apegados: "Eu sou o caçula e ela era acima de mim e sou o padrinho da Laurinha, que é a filha dela que quando ela faleceu tinha um ano. Falei: 'cara, do que adianta isso aqui tudo, dinheiro, sucesso? Eu perdi uma pessoa que eu amo...' Cara, não consegui ir no velório da minha irmã. Por quê? Compromisso, agenda. Eu fui ao funeral, mas não fui ao enterro. Porque à noite eu tinha um show para cumprir. Aquele show foi a gota d´água. Ali minha cabeça foi a mil. Não adianta ter tudo se você não está com seu pai, seus irmãos, as pessoas que você ama".

"Falei que não ia cantar mais. Voltei para a casa dos meus pais na roça, em Presidente Olegário (MG). Depois de uma semana, todo mundo estava desesperado, shows vendidos o ano inteiro. Aí chegaram uns cinco atrás de mim e me convenceram de novo. Mas eu estava disposto a abandonar tudo. Naquele momento a única coisa que eu não queria que falassem comigo era de música. A gente só dá valor depois que perde e fica com uma culpa gigantesca, que, se você não tiver Deus e pessoas boas do seu lado, você cai em depressão", continua.

"Eu estava fazendo um show em Campinas e cinco horas da manhã, meu irmão me liga e fala: 'nossa mãe faleceu'. Foi porrada atrás de porrada. Só que minha mãe foi em 2015 e a minha quebrada [na parte financeira] foi em 2014. Mas, assim... De onde eu vim, de onde eu saí, eu me contento com pouco e com muito. Eu vivo do luxo ao lixo. Eu fui criado no lixo. Comia abóbora com farinha até os sete anos de idade. Meu pai levava carne para a gente comer uma vez no mês. Ele trabalhava fora, ficava um mês fora e a gente comia todo dia arroz com farinha ou feijão com abóbora, enfim, o que a gente plantava ali numa casinha de pau a pique, de palha. Então eu, naquele momento de 2014, falei: 'não tem problema nenhum eu voltar para onde eu vim. Eu já estou acostumado. Isso aqui é fichinha para mim. Se eu tiver que cantar em barzinho de novo, não tem problema'. Mas tinha que ser do meu jeito porque na gestão que estava não estava saudável", finaliza.