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Guilherme Coelho diz que reavaliou sua relação com as drogas ao dirigir filme sobre alcoolismo

Cineasta contou que percebeu ter sido um "abusador de bebida"

Guilherme rodou o documentário "Luz Acesa", que fala sobre adictos em recuperação - Reprodução/Youtube
Guilherme rodou o documentário "Luz Acesa", que fala sobre adictos em recuperação - Reprodução/Youtube

Redação Publicado em 10/08/2021, às 10h54

O cineasta Guilherme Coelho, que dirigiu o documentário "Luz Acesa", disse que reavaliou sua reação com as drogas após realizar produção sobre alcoolismo, que conta história sobre adictos em recuperação. 

O diretor se inspirou em sua experiência após participar de um encontro de mútua-ajuda por usar álcool e drogas de maneira abusiva para dirigir o documentário. Guilherme disse que o projeto provocou em si um processo de autoconhecimento, afirmando que saiu transformado: "Percebi que fui um abusador de bebida. Revi meus excessos, pensei no meu avô, que foi alcoólico e não conheci. Fez com que me visse num lugar sombrio para onde, muitas vezes, vou quando me excedo. Corro riscos e coloco outras pessoas em risco."

Ele, que sempre teve privilégios, prosseguiu: "Quem tem privilégios, tem mais espaço para testar limites. As drogas sempre foram a maneira de eu ser subversivo. Uma coisa cafona e clichê meio Rolling Stones, James Dean. Minha linguagem de uso vem daí, da frase "intelectual não vai à praia, intelectual bebe", da geração Antonio's, da tradição carioca de homens brancos que beberam até cair."

O documentário ressalta a importância de que cerca de 2 milhões e 300 mil pessoas fazem o uso problemático de álcool no Brasil, segundo pesquisa da Fiocruz. "Perdi um compadre para os sofrimentos causados e potencializados pelo abuso de álcool, drogas e remédios controlados. Na semana em que terminávamos a montagem deste filme, um dos meus melhores amigos de infância enterrou o irmão mais velho em decorrência de álcool e drogas. Todo mundo conhece alguém que passa pelo problema."

"Frequentando os grupos de mútua-ajuda, encontrei o valor de falarmos abertamente sobre tudo isso e de escutarmos quem quiser falar. Queremos que o filme seja visto pelo maior número de pessoas que possam se ajudar", completou o cineasta.