Atriz foi vítima de crime cibernético e precisou de tratamento
Redação Publicado em 07/07/2020, às 07h41
Vítima de crime cibernético, a ex-Malhação Pillar Costa teve que enfrentar um pesadelo acordada após ter um vídeo seu manipulado e publicado no site de pornografia Xvideos.
Nascida em Ubá, Minas Gerais, a atriz contou ao jornal Extra que descobriu o que estava acontecendo após receber uma ligação da família.
“Era meu pai, de 71 anos, muito nervoso, me peguntando se eu tinha vindo para o Rio para virar prostituta”, começou ela, lembrando como descobriu o vídeo na plataforma.
“Foi um choque até processar tudo isso. Quando entrei no site e digitei meu nome, achei um vídeo meu dançando funk, de roupa, que tinha gravado para um canal de humor. O título era: a dançarina mais gostosa Pillar”, disse.
À publicação, Pillar explicou que pediu ao site que retirasse o material do ar, e que foi atendida em 24 horas, mas que os estragos de ter sua imagem exposta em um site de pornografia já não tinham mais como ser recuperados.
“Meu pai ficou dois meses sem falar comigo. Muita gente me apontava, me questionava. descobri que já sabiam antes mesmo de me avisarem e aquilo me consumiu. Não porque me confundiram com garota de programa. Até porque, se eu fosse, ninguém teria nada com isso e não vejo como um problema. A questão é ser exposta sem qualquer defesa ou conhecimento”, explicou.
Ao voltar para o Rio de Janeiro, Pillar entrou em depressão e precisou da ajuda da irmã: “Pensei em me matar de verdade. Escrevi uma carta e guardei. Minha irmã Anna Victória é que percebeu minhas atitudes estranhas e pediu ajuda”, revelou.
Após passar por todo o transtorno [o fato aconteceu em 2019], Pillar se deparou com toda a história novamente no mês passado, quando alguns perfis nas redes sociais ressucitaram o fato.
“Acho que as pessoas ficaram sem nada para fazer e ressuscitaram a história, me fazendo questionamentos. Muitos foram os perfis fake na internet. Então, decidi contar tudo”, contou ela.
Para ajudar outras mulheres, a atriz criou um projeto chamado Por um Fio: “Aprendi editar e mesclei dois vídeos. Um no qual contava, sofrendo, e outro para dizer o quanto era importante falar sobre o assunto. Daí nasceu o projeto Por um fio, que digo que foi algo divino”, ponderou.
Após a criação da página no Instagram, Pillar já recebeu mais de 200 e-mails com relatos e denuncias de mulheres vítimas de abusos, bullying, assédio e violência.
“O que eu posso ajudar é com o apoio para que elas mostrem a cara e denunciem o que passam. Digo que não sou psicóloga, mas encaminho para parceiras que dão orientação terapêutica e jurídica”, declarou Pillar, avisando que algumas das histórias serão transformadas em um documentário.
“De um episódio doloroso nasceu um projeto que acolhe e abraça. Não tenho um tostão para colocar nisso nem tirar. O objetivo é unir mulheres que passam pelo mesmo para que elas não sejam vítimas para sempre. É preciso transformar o negativo em positivo”, ressaltou.