Atriz fez a recepcionista Tininha na primeira edição de Malhação
Redação Publicado em 23/07/2020, às 07h56
Parte do elenco da primeira temporada de Malhação (1995-1996), Mônica Areal, que interpretou a recepcionista Tininha na novela, hoje é delegada titular da DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
À coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo, ela contou que resolveu mudar de área ao ver uma reportagem no Fantástico.
“Tudo começou quando eu estava em cartaz com a peça Violetas na Janela, um sucesso estrondoso que rodou por todo o país. Na época, assistindo ao Fantástico com os meus pais, passou a reportagem sobre um garoto que havia sido libertado pela polícia após um sequestro. Ao ver aquilo, me dei conta de que era o que eu queria fazer da minha vida. Ainda continuei com a peça por um tempo, ao mesmo tempo em que fazia a faculdade de Direito”, contou ela.
Após se formar e ser aprovada pela OAB, ela prestou concurso e entrou para a polícia aos 38 anos. O afastamento da telinha, segundo ela, causou surpresa em alguns colegas da TV e do teatro.
“Alguns colegas da TV e do teatro ficaram surpresos com a mudança repentina na minha vida. Eu amava atuar, mas descobri que nasci para ser policial. E as artes cênicas me ajudam muito na profissão. Em várias ocasiões, preciso usar a minha desenvoltura e sensibilidade como atriz. Por exemplo, quando vou ouvir uma testemunha”, explicou Mônica.
Na área há seis anos, ela contou que entende os riscos da profissão e que já foi recebida a balas por bandidos.
“Sei, por exemplo, que, se for vítima de um assalto, quase que obrigatoriamente eu vou precisar reagir. Mas sou muito tranquila quanto a isso. Como delegada, preciso lidar com questões burocráticas e operacionais. Sempre gostei mais dessa parte de campo, de estar numa operação. Já passei por alguns sustos, como, por exemplo, ser recebida a tiros de fuzis por bandidos”, revelou.
Casada há quatro anos com Marcelo Brito, policial da sua delegacia, Mônica contou à publicação que os dois são muito ligados ao trabalho.
“Na delegacia, ele me chama de doutora (risos). Lá em casa, estamos sempre falando sobre trabalho, mesmo em momentos de folga. Na Páscoa, por exemplo, eu sempre digo que quero prender um estuprador, como uma forma de dar um presente para a sociedade”, disse.
Pulso firme, Mônica contou que nunca foi menosprezada na polícia por ser mulher.
“Sempre fui muito bem tratada na polícia, nunca me senti menosprezada por ser mulher. Lido, sim, com o machismo o tempo todo na profissão, mas com relação aos crimes. São muitos casos de violência contra a mulher, crimes sexuais e feminicídios”, explicou.
Ao descobrir que primeira temporada de Malhação voltará ao ar em setembro no Canal Viva, da TV Globo, Mônica contou que pretende rever sua participação.
“Foi uma época muito bacana da minha vida. Devo muito a Silvia Pfeifer, com quem eu contracenava bastante. Ela era muito generosa e isso permitia que eu pudesse crescer na novela. Também me aproximei muito do André Marques, e, de vez em quando, ainda nos falamos”, completou.
COLUNISTAS