Atriz contou que passou por traumas difíceis na adolescência
Redação Publicado em 03/02/2021, às 07h06
Intérprete da órfã Vivi na primeira versão de Chiquititas, Renata Del Bianco surpreendeu seus seguidores do Instagram no início do ano ao revelar que sofreu por conta da “anorexia e outros transtornos de imagem”.
O desabafo aconteceu depois que um seguidor perguntou insistentemente “porque ela não era mais vaidosa”. Depois do comentário, a atriz resolveu abordar o tema sempre que pode em suas redes sociais para ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema.
“A pessoa que ficou me perguntando acionou um gatilho em mim. Então, pensei: ‘Posso usar isso para me derrubar ou posso tentar usar a meu favor, expondo isso’. Me surpreendi com o resultado. Muitas mensagens de pessoas se identificando, muito carinho... O universo é muito louco. Em 1997, nem imaginava que hoje teríamos uma ferramenta que nos aproximasse tanto dos fãs como as redes”, disse ela, à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
A atriz continuou: “Ressalto a importância que eles têm para mim. A gente conversa, muitos se abrem e contam experiências que acrescentam. É uma troca”, garantiu.
À publicação, Renata disse que a “pressão para estar sempre bela” começou quando ela era ainda criança, na época da novela Chiquititas.
“Na sinopse já estava escrito: ‘Vivi, a menina mais bonita do orfanato’. Na época, eu, inocente, achei o máximo. Jamais imaginei que fosse carregar esse peso por tantos anos. Identifiquei que sofria com essas questões quando, aos 30 anos, busquei terapia porque achava que não estava onde eu deveria estar. Eu me cobrava muito e achei que isso iria ajudar. Fui encaminhada para um médico que me ajudou a perceber certas coisas. Além do tratamento médico, também pesquisei muito sobre o que me afligia para entender melhor e aprender a lidar com isso. É um processo. Tanto que só agora, aos 35, é que consegui falar disso publicamente”, revelou.
Após deixar a novela Chiquititas, Renata começou a fazer shows por todo o Brasil. Já adolescente, passou por situações de assédio moral que acabaram
“Quando eu saí de Chiquititas, eu fui para o mundo. Entrei para o grupo musical As Crianças Mais Amadas do Brasil. Fazíamos shows pelo Brasil todo. Até então, eu gravava em outro país (na Argentina) e não tinha muito contato com meu público. Estar nessa situação nova teve seu lado bom, pela proximidade do público, mas também me deixou mais vulnerável. Sofri pela primeira vez com assédio moral, por parte de empresários que ficavam dizendo que eu não tinha talento e coisas do tipo. Além disso, me comparavam, uma adolescente de 13 anos, com mulheres adultas. Diziam: ‘A mulher de fulano te substituiria fácil, fácil’. Por isso, minhas referências passaram a ser de mulheres adultas, com roupas mais chamativas, sensuais etc”, explicou.
Mãe da pequena Aurora, de 2 anos, a atriz contou que a maternidade a ajudou a ter coragem para expor seus traumas:
“Quando a Aurora nasceu, comecei a me enxergar como uma porta-voz de certos temas. Penso que, se falarmos sobre isso, pode ser mais fácil para ela encarar o mundo cheio de tabus. Eu queria ser mãe e romantizei muito a maternidade. Quando veio, foi uma desconstrução de conceitos. Depois de um tempo, percebi que era minha responsabilidade criar aquela pessoa sem gerar muitos traumas. Antes, eu pensava: ‘Imagina, é muito natural para a mulher ser mãe’. Mas ninguém fala dos muitos quilos na gravidez, da depressão pós-parto, da dor para amamentar, da mastite etc. E, quando falavam, eu achava que era bobagem. Precisei viver para ver que não. Isso me levou a pensar que falar sobre os meu problemas poderia ajudar alguém com questões parecidas”, ponderou.
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