“É o único que representa a comunidade LGBT, não é fácil”, ressaltou Elizângela Salles
Redação Publicado em 22/07/2021, às 05h44
Mãe de Douglas Souza, do vôlei brasileiro, Elizângela Salles falou sobre a sexualidade do filho e revelou, entre outras coisas, que foi sua grande incentivadora na Olimpíada de 2016 一 a primeira dele, aos 20 anos 一, quando o jogador foi cruelmente atacado nas redes sociais mesmo tendo ficado no banco durante as competições.
“Ele não tinha me contado ainda [que era gay], mas sou mãe, já sabia. Quando percebi os ataques e o vi muito tristonho, escrevi para ele, dizendo que era para se jogar, se divertir, pois não sabia se era a primeira e última Olimpíada. Que o fato de ser gay não diminuiria todo o sacrifício que ele fez para estar onde estava e que não fazia a menor diferença para mim. Depois disso, ele abriu um sorrisão”, explicou ela, ao jornal Extra.
De acordo com a ex-esteticista, Douglas revelou que era gay primeiro com o pai: “Eles tiveram uma conversa e meu marido também é super aberto. Jamais seria um problema para nós dois. Pelo contrário. Acho que passamos a dar ainda mais apoio”, contou ela.
Orgulhosa por ver o filho na seleção, Elizângela revelou que trabalhava em três empregos para que o atleta não passasse necessidade no início da carreira, aos 14 anos, quando começou a jogar no Pinheiros.
“Ele foi jogar no Pinheiros, em São Paulo, com 14 anos. Distante demais aqui de Santa Bárbara do Oeste, onde moramos. Para que ele não passasse necessidade, tive três empregos para ajudar nas despesas. Como ele costuma dizer, quem vê close, não vê corre. Sei de todos os sacrifícios que fizemos. Inclusive o de ficar longe”, revelou.
Responsável por cuidar de todos os assuntos do filho, ela conta que a “correria” não diminuiu, e que a única coisa que a “tira do sério” são as piadas envolvendo a sexualidade de Douglas Souza:
“A única coisa que me faz sair do sério é ver as pessoas atacarem meu filho por ser gay. Se ele fica no banco ou o time perde, tem sempre um para fazer uma piadinha. Nunca foi fácil para ele. na verdade é duas vezes mais difícil. Ele está entre os 12 que foram convocados. É o único que representa a comunidade LGBT ali. Não é fácil. Então, quando vejo alguém ofendendo eu dou umas xingadas. Douglas não gosta que eu faça isso. Mas sou mãe, né?”, completou.
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