Atriz interpretava uma vampira roqueira de fama internacional
Redação Publicado em 01/03/2021, às 09h43
A atriz Cláudia Ohana, 58, relembrou a novela 'Vamp', de 1991, e comentou sobre o sucesso com público infantil, em conversa com o Gshow.
Interpretando Natasha, vampira e roqueira de fama internacional, a comédia conta com os toques de suspense de Antonio Calmon: "Lembro que falava que me sentia a Xuxa dark. E não era nada preparada para ser uma Xuxa, em termos de estrutura da vida. Eu tinha um (carro) Passat, que estava caindo aos pedaços. Zero luxo, nada diva".
A atriz contou que sua filha, Dandara, que tinha 7 anos na época da novela, não assistia a trama: "Ela tinha medo". A maioria das crianças, no entanto, queria imitar os vampiros. "As mães me ligavam falando que os filhos estavam pedindo para dormir dentro do caixão. E as pessoas começavam a me ligar. Eu não estava preparada para aquela enxurrada de sucesso".
Cláudia não sabia como lidar com as crianças, na época, por vir do cinema e ter trabalhos pontuais na TV: "Era época de cartas, mas descobriam o meu telefone e ligavam para a minha casa. As mães me pediam pelo amor de Deus para falar com os filhos para eles esquecerem essa ideia de querer dormir no caixão. Nas ruas também me pediam".
Ela ainda contou sobre o desconforto de interpretar um vampiro: "Aqueles dentes foram um inferno no início. Eram enormes! Era uma prótese em todos os dentes da frente e eu falava que nem o Cebolinha. Tinham cenas que eu tinha que contar o drama da minha história, e com aquele dente a gente ria de rolar". A equipe decidiu encontrar uma solução para resolver o problema da atriz. "Mudaram tudo. Fizeram só para os caninos e tinha uma ponte que era no céu da boca".
A atriz também comentou sobre os bastidores de uma das cenas que marcou a novela, quando Natasha dançou na Praça de São Marcos, em Veneza, na Itália, ao som de músicas sacras. As canções, no entanto, eram proibidas em todo o país e a polícia chegou a conversar com a produção, que interrompeu a gravação: "E fomos para a praça com uma equipe muito reduzida. Não tinha segurança. Não existia figurante. O Jorginho Fernando pediu para eu dançar no meio da praça. Falei: 'Meu Deus do céu, que vergonha'".
"No fundo, sou uma pessoa tímida. Ainda tinha aquela capa, nada discreta. Fui lá, coloquei aquele radinho e comecei a dançar timidamente. Começou a juntar gente, mais gente, e a tacar moeda, achando que eu era artista de rua. Foi inesquecível", finalizou Cláudia.
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