Martinho da Vila na revista "Sexy" - Foto: Marcos Dantas / Divulgação Com quase 50 anos de uma consagrada carreira, Martinho da Vila comentou assuntos que
Redação Publicado em 12/02/2016, às 14h14 - Atualizado às 14h20
Com quase 50 anos de uma consagrada carreira, Martinho da Vila comentou assuntos que muitos artistas costumam fugir, como a política e a crise econômica do Brasil, em entrevista para a edição de fevereiro da revista Sexy, na seção Sentido da Vida.
Em uma breve análise, ele comentou: “O governo Lula foi o melhor que esse país já teve desde Getúlio Vargas. Só que tudo que fica muito tempo se deteriora. Todo governante que fica muito tempo no poder, pode ver ao longo da história, fica mal na foto. O propósito da ditadura, por exemplo, era só chegar ao poder, dar uma sacudida no Brasil, ajustar o crescimento e bola pra frente com as eleições. Mas aí ficaram toda a vida. A corrupção é inerente aos negócios. Você precisa lutar contra ela, mas ela existe no mundo (fala com ênfase). Estamos vivendo no Brasil algo muito especial. Veja só, não lembro de casos corriqueiros na história de gente com poder indo presa. Juiz só vai preso no Brasil hoje em dia! Até recentemente isso não existia. Estava falando com um taxista dia desses esse assunto. Os noticiários mudaram a forma de contar o Brasil. Antes só falavam dos pobres que iam presos. Agora todo dia tem um poderoso endinheirado sendo preso pela Polícia Federal. Isso é um fato positivo. Pessoas que antes se achavam acima da lei agora têm seus papéis reescritos. E, se as prisões continuarem, acho que vai faltar cadeia para tanta gente (risos). Aí o Brasil para”.
Quando o assunto são as drogas, ele declarou: “Eu bebo, fumo… Faço tudo. Não cheiro, não fumo maconha. Nunca fumei maconha, porque não gosto do cheiro. E sempre tive na minha cabeça que isso não ia ser legal. Houve um período em que eu exagerava mais um pouco na bebida. Mas é como te falei: tudo o que se faz em excesso enjoa”.
Já sobre música, ele opinou sobre o samba de hoje ser diferente em relação ao de antigamente: “Olha, os criadores estão aí. Pode não ter espaço nos programas musicais e na mídia de forma geral para eles como antes, mas há uma geração forte surgindo. O que vejo de diferente é uma nova forma de se fazer samba, com uma linguagem mais direta, que tem mais a ver com essa linguagem da internet, de jovens. Os compositores não estão se preocupando em burilar a letra. Daí a poesia, a palavra, a riqueza melódica estarem inferiores. Isso porque tudo é imediato demais. O samba tem perdido qualidade. Se você ligar o rádio, a maioria das estações populares procura música, que fale para esse tipo de público. exatamente esse tipo de música, que fale para esse tipo de público”.