por Eduardo Graboski
Publicado em 02/09/2025, às 06h37
Em tempos de redes sociais aceleradas, algoritmos ditando o que vemos e interações cada vez mais superficiais, surge um sopro de autenticidade que pode inaugurar uma nova era de relacionamento entre famosos e público.
A jornalista Mari Palma, conhecida por sua paixão pelo universo da cultura pop, criou no Instagram um clube exclusivo para seus seguidores, através do recurso de assinatura da plataforma.
Mais do que um espaço VIP para fãs, o clube se tornou uma experiência cultural e afetiva: Mari escolhe, junto com seus assinantes, um filme especial para todos assistirem. E depois promove uma live para debater com a comunidade. É um encontro virtual, sim, mas que tem sabor de proximidade real – daqueles que, até pouco tempo atrás, pareciam impossíveis no mundo das celebridades.
Essa iniciativa pode parecer simples, mas representa algo muito maior: uma tendência de humanização na relação entre famosos e seguidores. Em um cenário em que curtidas, comentários e visualizações substituíram conversas reais, criar espaços para diálogos – como uma roda de debate sobre cinema – soa quase revolucionário.
E a revolução está justamente no detalhe: fãs e seguidores deixam de ser apenas “números” em uma rede social e passam a se sentir parte de uma comunidade, com acesso direto. Mari Palma transforma seus seguidores em amigos de conversa, em companheiros de uma paixão compartilhada, no caso, o cinema.
Esse modelo, se replicado por outros nomes do entretenimento, pode mudar a dinâmica das redes. Imagine cantores debatendo álbuns com seus fãs, atores trocando ideias sobre personagens icônicos, apresentadores abrindo bastidores de programas de TV. A tecnologia, tantas vezes apontada como vilã da superficialidade, se tornaria aliada da conexão genuína.
O movimento também fala muito sobre o novo papel dos famosos e influencers: menos inalcançáveis e mais próximos, com uma presença digital que não se limita a publicidade ou autopromoção. A assinatura no Instagram, nesse caso, deixa de ser só um produto (isso é o menos importante) e vira ponte para algo maior: a construção de vínculos reais em um universo virtual.
No fundo, o que Mari Palma está mostrando é simples, mas poderoso: fama e tecnologia não precisam criar distância. Elas podem, ao contrário, aproximar pessoas de forma real. No mundo virtual, é possível sentir-se próximo. E, graças a iniciativas como a dela, esse futuro já começou. Isso precisa se popularizar!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.
