Beth Goulart fala de luto em livro: "Estou aprendendo a ser mãe de mim mesma"

Beth Goulart relatou a abordagem sobre a perda dos pais em livro

Redação Publicado em 29/06/2022, às 08h28

Atriz contou o que disse no momento da morte de Nicette Bruno, vítima de Covid-19 - Foto: Reprodução

Beth Goulart, de 61 anos, relatou sobre estar aprendendo a lidar com a realidade de não ter mais os pais, Paulo Goulart e Nicette Bruno, por perto. Nesta terça-feira (28/06), a atriz lançou um livro em que aborda o luto e a perda. 

Ao jornal O Globo, Beth relembra como foi a despedida à distância da mãe, vítima de Covid-19, que estava intubada e inconsciente:

"Eu disse: 'Mamãe, a senhora foi maravilhosa, se for para ir, pode ir, vá em paz'", conta. A artista diz, ainda, que precisa lidar com a solidão e a falta dos pais: "Estou aprendendo a ser mãe de mim mesma."

Antes de Nicette adoecer, Goulart já havia iniciado o processo da obra, criada para que as duas dividissem suas histórias, além de percepções da vida e momento entre elas. No enredo, ela também falaria sobre a morte do pai, admitindo ter ajudado a veterana a se livrar da tristeza. Após seis meses da morte de atriz, Beth se reergueu e deu continuidade ao livro. 

"Perder mãe é forte demais. A gente perde a maior referência, a sensação de orfandade é muito grande. Você zera o jogo e tem que descobrir como vai ser dali para frente. Quem eu sou? Quem eu quero ser? Quais as minhas escolhas? Fiz um mergulho interno de autoconhecimento, autoafirmação e descoberta de novas possibilidades. Com a morte do papai, realizamos uma peça. A da mamãe gerou um livro. No livro, não é a atriz, sou eu, é a minha alma que está falando. Abro mão da vaidade para abrir meu coração."

A artista também conta que descobriu a literatura dentro de si, a partir da perda: "Ok, levei uma rasteira, mas acham que vou parar? Não! Agora é que vou começar. A vida cria chamamentos que te levam a realizar coisas. Temos que deixar a dor passar pela gente. Muita gente paralisa no trauma. Claro que tive raiva e revolta com a forma com que esse governo lidou com a pandemia, mas não me deixei parar aí."

"Por isso, falo tanto da energia da alegria no livro, é um ensinamento lindo que recebi da minha mãe. Meu pai dizia que ela não chorou, já nasceu sorrindo, animadíssima. Para nós, espiritualistas, morte é continuidade. A gente sai da dimensão da matéria e vai para a espiritual. A morte é um movimento natural da vida. É melhor aprender a lidar do que simplesmente negar."

Beth concluiu: "Adoro uma frase do Guimarães Rosa, que diz: "Saudade é ser depois de ter". Porque você não tem mais aquela pessoa, mas de alguma forma ainda tem, dentro de você."

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