Uma das atrações mais polêmicas do catálogo do Netflix, A Primeira Tentação de Cristo, especial de Natal do Porta dos Fundos, é a produção brasileira mais vista da história da plataforma...
Redação Publicado em 17/12/2019, às 13h18 - Atualizado em 18/12/2019, às 15h03
Uma das atrações mais polêmicas do catálogo do Netflix, A Primeira Tentação de Cristo, especial de Natal do Porta dos Fundos, é a produção brasileira mais vista da história da plataforma.
Apesar de o serviço não divulgar dados de audiência, uma fonte contou ao jornal O Globo que a história – condenada por bispos, políticos e religiosos – foi a que teve o melhor desempenho dentre as atrações nacionais.
O sucesso foi tamanho, que a Netflix e o Porta dos Fundos já até fecharam um acordo para a produção de um novo especial de Natal para o próximo ano. Vem mais polêmica por ai.
Atual bispo da Diocese de Palmares, em Pernambuco, Dom Henrique Soares da Costa iniciou uma campanha em seu Facebook que incentiva os fiéis a cancelarem suas assinaturas da Netflix.
O estopim para o pedido foi o polêmico especial de Natal do grupo Porta dos Fundos. Na atração, Jesus (Gregório Duvivier) está prestes a completar 30 anos, e é surpreendido com uma festa de aniversário quando voltava do deserto acompanhado do namorado, Orlando (Fábio Porchat).
A história foi duramente criticada pelo religioso no Facebook:
“Então, como Bispo da Igreja, eu exorto vivamente aos cristãos: neste Natal, proclame seu amor, sua fé, seu respeito em relação a Nosso Senhor Jesus Cristo; mostre que seu amor por Ele é real e ativo: cancele a assinatura da Netflix e lá, no menu apropriado, explique o motivo: ‘desrespeito por Jesus Cristo’, ‘desrespeito pelo cristianismo’, etc. Se você realmente crê e ama ao Senhor, não há outra atitude a tomar…”, escreveu.
Além da reclamação pública feita pelo religioso, a obra foi alvo de um abaixo-assinado criado no Change.org por “ofender os cristãos”.
Endereçado à Netflix, ao grupo Porta dos Fundos, à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, a petição já conta com mais de 1,9 milhão de assinaturas. A meta é chegar a três milhões.
Procurado para se manifestar sobre o assunto, o Porta dos Fundos, por meio de sua assessoria, disse que “valoriza a liberdade artística e faz humor e sátira sobre os mais diversos temas culturais e da nossa sociedade”.
A Netflix afirmou que não irá fazer qualquer pronunciamento sobre o caso, e ressaltou que “valoriza a liberdade de expressão artística”, e lembrou que a parceria com o Porta dos Fundos foi vencedora do Emmy Internacional de Melhor Comédia em 2018.
Entenda a polêmica envolvendo o novo especial do Porta e porque toda a repercussão negativa acabou causando o chamado Efeito Streisand – quando o boicote acaba favorecendo o marketing. Assista: