Ator falou sobre papel de protagonista no folhetim
Redação Publicado em 07/09/2020, às 08h08
Grande sucesso de Manoel Carlos, Laços de Família, que volta ao ar nesta segunda-feira (07/09), na TV Globo, quase teve outro ator no papel de Edu, personagem de Reynaldo Gianecchini no folhetim.
Ao falar sobre o trabalho, o ator disse que Rodrigo Faro e Fábio Assunção estavam cotados para o papel, que trabalhava como modelo na época e que não esperava fazer parte do elenco, já que fez um teste bem “mais ou menos”:
“Eu morava no exterior, trabalhando como modelo. Decidi voltar para o Brasil, casei com a Marília (Gabriela) e comecei a fazer teatro. Logo estreei profissionalmente com o Zé Celso (José Celso Martinez). Quando estava fazendo a peça, o produtor de elenco Luiz Antônio Rocha foi assistir e me disse: ‘Tenho um papel ótimo para você. A gente está querendo lançar uma pessoa’. Naquela época, eu não via novela. Estava encantado com a possibilidade de ser ator no Teatro Oficina. Achei que ficaria lá para o resto da vida. Então, não me deixou interessado o convite”, lembrou ele, à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
A chance de trabalhar diretamente com Vera Fischer, no entanto, foi o estopim para que ele tentasse o papel: “Ele falou: ‘É para fazer o protagonista, par com a Vera Fischer’. Aquilo para mim foi uma coisa muito louca, porque eu tinha crescido assistindo aos trabalhos dela. Respondi: ‘Cara, não tenho nem tempo de ir para o Rio’. Já era perto do Natal. Aí acabou que ele arrumou um teste no dia 24 de dezembro. No dia 25, eu já ia viajar. Fui para o Rio, fiz um teste bem mais ou menos e pensei: ‘Não deu certo isso, não’. Depois fui para a Austrália com a Marília”, continuou.
À publicação, Gianecchini explicou que leu no aeroporto que a TV Globo havia escolhido Rodrigo Faro para o papel, e que o nome de Fábio Assunção também havia sido cotado.
“Estava escrito [no jornal] que seria o Rodrigo Faro. Eu pensei: ‘Beleza, nem estava esperando mesmo. Vou voltar para a minha vida de teatro’. Até que o Ricardo Waddington me liga e diz: ‘O papel é seu’. Eu respondi: ‘Tem certeza? Não tenho experiência como ator nem com TV’. E ele: ‘Eu não tenho certeza de nada, mas o Manoel Carlos falou que quer você de qualquer jeito. Então, a gente vai ter que fazer isso funcionar’. Não sei se o Rodrigo chegou a fazer teste, se pensaram nele. Falaram muito que o papel seria do Fabio Assunção. Não sei o que aconteceu, acho que ele não quis e aí abriu a vaga. Estavam cogitando colocar gente conhecida, e o Rodrigo já era conhecido na época. Mas acho que foi uma notinha falsa na verdade”, revelou.
O ator disse que Manoel Carlos contou com a ajuda da esposa, da filha, e de várias outras mulheres da família para escolher o ator certo para o personagem:
“Ele disse que pegou os testes de todos os atores e juntou a filha, a esposa e várias mulheres da família, além de amigas, para mostrar. Ele me falou que foi unânime, que a mulherada toda falou: ‘É esse menino’”, contou ele.
Tímido, Gianecchini disse que teve medo de fazer a novela e que foi “muito louco” sair na rua após a exibição do primeiro capítulo.
“Só posso te dizer que o ano de 2000 foi o mais intenso da minha vida. Cada dia que eu vivia parecia um ano. Claro que eu tinha muito medo. Fazer novela é difícil, as pessoas não têm noção. Eu sofria demais porque, além desse medo, havia o meu senso crítico. Eu achava que estava verde. Me criticava muito mesmo”, lembrou.
“Eu fiquei três meses gravando antes de a novela estrear. Quando estava passando nas ruas do Leblon com a Vera, todo mundo ia em cima dela e passava quase por cima de mim. As pessoas achavam que eu era contrarregra. Ninguém olhava para mim. Depois da estreia, foi muito louco sair na rua. Eu morava no coração de Ipanema. As pessoas vinham em cima. É bem estranho para quem tem uma natureza reservada. Tive que ir aprendendo a lidar”, completou.