Veja a crítica da série espanhola Valéria, que estreou no último fim de semana na Netflix e tem feito muito sucesso como a sucessora de Sex and the City
Redação Publicado em 12/05/2020, às 07h00
Há quem diga que a série Valéria (Netflix, 2020) seja a legítima herdeira do legado deixado por Sex And The City.
A produção espanhola, que é uma adaptação do best-seller escrito por Elizabet Benavent, nos leva para o cotidiano de quatro amigas que se aproximam dos trinta anos, e mostram todas as suas dúvidas e medos diante de problemas que qualquer um de nós pode se reconhecer.
Dessa forma, é ´possível ver algumas semelhanças entre as histórias de Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte, mas com o charme de Nova York trocado pela sedutora Madri.
Fizemos, recentemente, uma crítica em vídeo sobre a série, que você pode ver aqui.
Apesar da história falar sobre as quatro amigas e seus dilemas pessoais, a série se ancora na personagem Valéria, uma escritora aspirante que passa por um intenso bloqueio criativo ao mesmo tempo em que atravessa um período complicado em seu relacionamento com seu marido Adrian. Coisas nas quais qualquer pessoa pode se ver representada. Esse é o charme da série.
Valéria, no entanto, não é recomendada para menores de 16 anos por conta da linguagem usada pelas amigas e também pelas cenas de sexo bem quentes. Entretanto, a produção se afasta bastante de outras séries espanholas super conhecidas, como Elite, La Casa de Papel, Vis a Vis e a recente Toy Boy justamente por conseguir capturar o zeitgeist, ou seja o espírito de sua época: a história mergulha em um cotidiano facilmente identificável, trazendo personagens aos quais nos apegamos porque eles são como nós.
A história se passa em Madri, mas poderia ser em qualquer outro lugar, já que trazem situações praticamente universais: conversas em grupo no Whatsapp, frustrações com aplicativos de namoro, discussões frenéticas regadas a cerveja em um bar, noitadas ao lado dos amigos... Tudo regado a um grande senso de amizade que nos encanta.
O elenco também é encantador. Diana Gomez (recentemente vista como Tatiana em La Casa de Papel), dá vida à personagem principal com total domínio, sendo uma mistura bem-vinda de Carrie Bradshaw e Bridget Jones. Sua interpretação transparece empatia, e conseguimos nos conectar rapidamente com seus dilemas.
Em seguida, a série apresenta Silma Lopez, Paula Malia e Teresa Riott dão personalidade à Lola, Carmen e Nerea, com momentos entre os oito episódios de Valéria em que roubam a cena.
Portanto, se você tinha dúvidas sobre qual série assistir nesta semana, veja Vale´ria: é uma das grandes surpresas desse primeiro semestre na Netflix, honrando uma tradição que veio na televisão e que agora aparece com força no streaming: histórias que falam sobre pessoas reais, com problemas reais, e que nos fazem sentir-se representados.