A escalada do
dólar afeta diretamente quem depende de programas de fidelidade para viajar. Em grande parte dos cartões de crédito, a conversão de gastos em pontos usa a cotação da moeda norte-americana como base, o que significa que, quanto mais caro o dólar, menos milhas são geradas com o mesmo valor de fatura em reais.
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), 70% dos programas de recompensas no país ainda utilizam paridade direta com o dólar. Para cada dólar gasto, o consumidor recebe uma quantidade fixa de pontos; com a moeda em alta, os mesmos R$ 5 000 de gastos renderão bem menos milhas do que há alguns meses.
“Quando o dólar sobe, os mesmos reais convertem-se em menos pontos. O fenômeno impacta quem emite passagens gratuitamente com milhas, pois pode atrasar o momento de resgate”, explica Boanerges Ramos, da consultoria Boanerges & Cia.
Para
Cristiano Crix, especialista em milhas e fundador da Reino Educação, instituição que já ajudou mais de 60 000 alunos a gerar mais de R$ 100 milhões em renda via cartões e milhas aéreas, é possível mitigar os efeitos da cotação:
“A primeira medida é diversificar: além de cartões com paridade em dólar, procure programas que pontuem por real gasto ou ofereçam bônus de transferência. Planejar compras de serviços em períodos de dólar mais baixo e aproveitar promoções de transferências bonificadas também faz diferença”, orienta Crix.
“É fundamental acompanhar o câmbio diariamente e usar ferramentas de alerta de cotação. Quando o dólar recuar, concentre gastos maiores em fatura para maximizar o ganho de pontos.”
Opção por cartões sem vínculo direto ao dólar: alguns bancos oferecem pontuação em reais, protegendo o consumidor da volatilidade;
Parcelamentos estratégicos: concentrar despesas de maior valor em meses de dólar mais baixo;
Bônus de contratação ou renovação: aproveitar promoções de bancos e programas de fidelidade que oferecem até 100% de milhas extras no ato da transferência.
