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MC Serginho fala da saudade de Lacraia 10 anos após sua morte e de parceria: "Me transformou"

Os dois se conheceram e se tornaram amigos nos anos 2000

Marco Aurélio da Silva Rosa foi vítima de uma pneumonia e morreu há dez anos - Foto/Reprodução
Marco Aurélio da Silva Rosa foi vítima de uma pneumonia e morreu há dez anos - Foto/Reprodução

Redação Publicado em 12/05/2021, às 07h23

Dez anos após a morte de Marco Aurélio da Silva Rosa, conhecido como Lacraia, MC Serginho relembrou da parceria e falou sobre a saudade dela, que foi vítima de uma pneumonia. 

Desde que se conheceram e se tornaram amigos nos anos 2000, a convivência se tornou mais intensa após a parceria. Os dois fizeram bastante sucesso durante os 12 anos em que trabalharam juntos: "São duas datas. Em oito de maio, minha filha faz aniversário. E, no dia dez, foi o dia em que a Lacraia morreu. É difícil não lembrar. Recebo mensagem de todo mundo, mandando muito carinho."

"Minha oração é para ela se manter iluminada, onde estiver e a cada dia. Passei 12 anos da minha vida com a Lacraia, convivendo diariamente. A gente sabe que a morte é uma coisa certa. Mas é difícil de a gente aceitar", desabafou, de acordo com o Jornal Extra. Serginho revelou que os parentes de Lacraia também sentem muita falta e que todos estão bem. Vez outra, eles se encontram:

"Estão todos bem. Às vezes vejo a mãe, Dona Maria Alice, as irmãs. A mais nova postou sobre a saudade da Lacraia. Eles eram muito agarrados", afirmou. Ambos são da comunidade do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, e se conheceram na quadra do Salgueiro, antes da fama, ficando amigos. O MC também relembrou do tempo ao lado de Lacraia, qe era bem receptiva, respondia os problemas com bom humor e tentava contornar a situação, no entanto, um episódio vivenciado por eles foi mais sério:

"Nós fomos em um jogo no Maracanã e decidimos sair um pouco antes do fim da partida para evitar a multidão. Dois rapazes saíam do banheiro. Um deles deu um tapa nela, estava bêbado. Reclamei. Ele deu outro. Aí eu caí para dentro. Mas depois ficou tudo bem. E a gente até conversou". Serginho garante que seus momentos foram transformadores, como quando foram recebidos por um grande grupo de homossexuais ao se apresentarem em uma cidade do interior, que homenageram e agradeceram Lacraia.

"Tem antes e depois da Lacraia. Na cidade do interior, esse grupo de LGBTs assumidos agradeceram. Disseram que antes as pessoas gritavam para eles 'viados escrotos', e agora gritavam 'vai lacraia'. A gente entendeu que tinha um papel importante na missão de ressocializar as pessoas (da comunicade LGBTQIA+). Arrisco dizer que não há pessoa mais importante do que ela nisso. Porque depois, o tema começou a aparecer mais na televisão, nas novelas."

Ele prosseguiu: "Foi um grito de liberdade: quem estava em cima do muro, caiu. E quem estava no armário, saiu". Ele guarda todas as memórias com muito carinho: "É inexplicável. Só quem perdeu alguém assim sabe como é. Não fui a lugar nenhum sozinho. Para mim foi um privilégio. Por isso, oro pela minha mãe, pelo meu pai e pela Lacraia, que me fez conhecer coisas, apresentou situações, pessoas e me transformou", completou.

Lacraia morreu aos 33 anos no dia 10 de maio de 2011, foi cabeleireira antes de seu sucsso, camareira, além de camelô. A dançarina acabou não resistindo após ser internada e receber tratamento em um hospital no Rio de Janeiro.