Cantor admitiu uso de substância antes de iniciar carreira de cantor
Redação Publicado em 05/10/2021, às 06h10 - Atualizado às 06h10
Acostumado a exibir o corpo musculoso, Lucas Lucco, de 30 anos, admitiu que fez uso de anabolizantes antes de iniciar sua carreira como cantor e contou que parou de usar a substância após sofrer uma reação e ter “um negócio na cabeça”.
A revelação foi feita durante sua participação no podcast Podpah (veja abaixo):
“Antes da carreira (de cantor), eu enchia o c# de bomba. Moleque, né? Morava fora já, com 16 anos eu saí de casa. Bomba, treino, musculação... Aí, quando eu comecei a carreira, de fato, shows para caramba, 30 num mês, as bombas começaram a dar um negócio na minha cabeça. Porque mexe com o emocional. Aí, minha mãe e meu pai chamaram o Muzy (médico)”, disse ele.
No bate-papo, Lucas Lucco explicou que os pais fizeram uma reunião com o especialista e pediram ajuda.
“Fizemos uma reunião lá em um hotel que eu estava, sentou meu pai, minha mãe e o Muzy, e foi como se meus pais tivessem entregado: ‘Toma que o filho é seu, você precisa regular esses trens, o moleque está muito nervoso’”, continuou.
Na entrevista, o cantor disse que também tinha o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, que era muito “brigão”, e que hoje não sente falta de consumir pinga, vodka, etc.
“Antes da carreira, morava em uma república em Patos de Minas. E a gente bebia demais. Toda vez fazia merda. Brigava, apanhava... Uma vez nós fomos para outra cidade, eu e uns amigos, a gente apanhou. Apanhei de quatro caras de uma vez. Falei: ‘não, não combino com álcool. Acho melhor parar’. Aí até hoje... Também não sinto falta”, garantiu.
No podcast, o artista ainda falou sobre o período em que teve depressão. Na época, ele dividia o seu tempo entre os palcos e a TV, com as gravações da novela Malhação: Seu Lugar no Mundo.
“Estava gravando de segunda a sexta até a noite, para sair do Projac, pegar um avião e fazer show sexta, sábado e domingo. No meio do esquema, eu dei um ‘burnout’. Isso é uma coisa que todo mundo está suscetível, não só a galera que é artista. É o excesso de stress do trampo que te leva a ter gatilhos para despertar uma ‘deprê’, uma síndrome do pânico, que foi o que aconteceu comigo”, explicou.
Ao falar sobre o assunto, Lucco explicou que a crise depressiva comprometeu sua rotina de shows:
“A depressão te faz deixar de amar aquilo que você mais amava. Cantar nos shows começou a ser muito difícil para mim. Antes de arrumar a mala para ir fazer o show, por algum motivo que eu não sei, eu chorava. De alguma forma eu não queria ir. Isso me machucava muito, porque eu sei que aquilo era o que eu mais amava fazer e que eu lutei muito para poder estar ali. Mas a ‘deprê’ te deixa desse jeito”, lembrou.
Na conversa, ele também falou sobre a parceria com Pablo Vittar na música Paraíso:
“Essa galera da cena trap, rap e funk tem a cabeça mais aberta. Galera que pensa mais à frente. No sertanejo ainda tem muito essa parada do conservadorismo... Recebi muita crítica por conta do clipe. Muita mesmo. Especialmente do público sertanejo. Até hoje. Tem gente que fala ‘o cara acabou com a carreira dele’... Coisas desse nível. Mas esse é meu papel como artista. Quero chegar daqui 50 anos e falar assim: ‘poutz, eu tive um pouquinho, tem um pedacinho meu aí contra o preconceito’”, completou.
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