Atriz contou que o público pergunta até hoje como eram feitas as cenas sensuais do filme A Menina do Lado
Redação Publicado em 08/06/2020, às 10h52
Flávia Monteiro promoveu uma sessão de perguntas e respostas durante uma live em seu Instagram, no último final e semana, e falou, entre outras coisas, sobre as polêmicas cenas de sexo que precisou gravar aos 14 anos, quando protagonizou o filme A Menina do Lado (1987).
Durante a transmissão, a atriz contou que fazer as cenas mais ousadas “foi um dos grandes desafios” do trabalho:
“Era meu primeiro trabalho, já como protagonista e contracenava com o Reginaldo Faria, de quem eu já era fã. Mas, sem dúvida, meu maior desafio acho que foram as cenas de sexo. Tinha 14 anos e tinha que fazer uma coisa que nem sabia como que era”, explicou.
Na história do filme, o jornalista Mauro (Reginaldo Faria) aluga uma casa na praia a fim de encontrar um lugar sossegado para escrever seu livro. Chegando lá, conhece Alice (Flávia Monteiro), e se apaixona pela adolescente mesmo sendo casado.
“Por ser cinema, há toda uma firula por trás. A Elisa Tolomelli (roteirista) me fez correr pela praia para ficar com a respiração ofegante, me fez subir numa almofada para brincar de cavalinho, essas coisas…”, continuou.
Atualmente com 47 anos, Flávia disse que ainda recebe muitas perguntas sobre o filme, principalmente sobre como foram feitas as cenas de sexo.
“Todo mundo quer saber se a gente fica constrangida. Eu não tenho a menor dificuldade. Não tenho problema com nudez. Como ator, você tem que ser despudorado. Como pode ser ator com pudor? Não dá. Fiquei tensa. A primeira deu tensão, mas as outras foram relaxadas. No cinema, há todo um jogo de câmera. Não ficava pelada 100%. O jogo de câmeras ajuda o ator e fui muito bem tratada, respeitada. Eu era uma menina de 14 anos”, ressaltou.
O trabalho, segundo Flávia, fez bastante sucesso com o público, mas também rendeu bullying no colégio (que era religioso) e até pedidos para que ela fosse expulsa da instituição.
“Não fui rechaçada pela sociedade, pelo contrário. O filme fez um sucesso absurdo. No entanto, as mães dos alunos do colégio onde eu estudava não queriam mais me ver por lá. As mães pediram minha expulsão do colégio. Elas diziam: ‘Como pode uma menina que faz um filme desses ser aceita pelo colégio?’. Sofri bullying. Bullying existe desde que o mundo é mundo. Respeito quem tenha uma cabeça mais careta, mas era preciso deixar claro que eu não sou aquilo que eu faço como personagem”, ressaltou.
Segundo a atriz, um líder da igreja católica veio de Roma para dar seu parecer (ao pedido de expulsão) e resolver a situação.
“O padre responsável pelo colégio vivia em Roma, na Itália, e teve que vir ao Rio de Janeiro para debater a questão. O mais maravilhoso é que o senhorzino de 80 anos veio, me falou que eu era muito boa aluna e que não interessava o que eu fazia fora do colégio”, completou.