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Claudia Lira, musa dos anos 90, fala de etarismo na carreira: "A gente fica num limbo"

Claudia Lira diz ter sofrido etarismo durante trajetória como atriz

Atriz relatou que sentiu o peso da idade a partir dos 18 anos - Foto: Reprodução / Instagram @claudialiraatriz
Atriz relatou que sentiu o peso da idade a partir dos 18 anos - Foto: Reprodução / Instagram @claudialiraatriz

Redação Publicado em 07/06/2022, às 09h14

Aos 56 anos, Claudia Lira conta que sofreu etarismo, discriminação relacionada a estereótipos de idade, durante carreira como atriz e lamentou o obstáculo que enfrentou, em conversa com a coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

A atriz relatou ter sempre sonhado em interpretar uma personagem nordestina: "Eu sou paraibana e nunca consegui fazer o papel de uma nordestina. Diziam que eu não tinha o perfil, era muito alta para isso."

"Olha que absurdo. Foi preciso encontrar um diretor paraibano (Silvio Toledo) para conseguir realizar esse sonho", disse. Além da recusa, Lira também sentiu a discriminação por sua idade: "Meu primeiro baque no trabalho com relação à idade foi aos 25 anos. Eu fiz um teste e disseram que eu estava muito velha para o papel. Quando fiz 30, as revistas começaram a me ligar para saber como eu sentia o envelhecimento e, na verdade, eu não sentia nada, não era algo em que eu pensava."

A artista prosseguiu: "Eu só senti o peso da idade mesmo quando fiz 18 anos. Pensei: 'Nossa, agora eu vou ter que me virar para pagar as contas'. Depois eu não tive nem tempo para pensar nisso. Profissionalmente, eu confesso que estou numa fase que também é complicada. Entre os 45 e 50 e poucos, a gente fica meio que num limbo."

"Dizem que somos velhas demais para alguns papéis e muito novas para outros. Isso vem melhorando, mas ainda é uma questão", conta. Ainda assim, ela afirma estar vivendo sua segunda adolescência, repleta de "projetos e sonhos", além de saúde, já que relembra ter enfrentado grave problema, em 2020, e quase morreu. Com crise de apendicite, Claudia passou por uma segunda operação de emergência. 

"Eu nunca tinha ficado doente, nem alergia eu tenho. Foi muito duro. A pior parte foi a dor mesmo. Eu senti muita dor. E eu tenho uma filha de 15 anos, então, a possibilidade de não poder mais estar ao lado dela foi muito difícil. Mas eu sempre fui uma pessoa de muita fé. Interiormente, eu sabia que tinha de passar por aquilo.  Estou completamente recuperada", concluiu.